Turquia

Ali Agca é posto em liberdade e quer visitar Fátima

O turco Mehmet Ali Agca, um dos envolvidos na tentativa de assassinato de João Paulo II no dia 13 de Maio de 1981, foi colocado em liberdade nesta quinta-feira, 12. A decisão do tribunal turco aconteceu pouco mais de nove meses depois da morte do Papa polaco. Agca apresentará um relatório médico sobre as suas condições psíquicas para evitar o serviço militar obrígatório na Turquia.

Após sua libertação, Agca, que considera João Paulo II como seu “irmão espiritual”, afirmou que quer ir à Fátima “rezar de joelhos durante 10 dias”. O Pontífice visitou-o na prisão romana de Rebbibia, em 1983, e deu-lhe seu perdão. O rapaz, então com 23 anos, atirou contra o Papa, enquanto o Santo Padre fazia o trajeto de papamóvel pela Praça de São Pedro

Agca passou 19 anos em prisões italianas, sendo depois extraditado para a Turquia, onde foi condenado a prisão perpétua pelo assalto a um banco nos anos 70 e pelo assassinato de um jornalista em 1979, pena depois comutada para dez anos de prisão.

Em resposta a estes acontecimentos, o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, emitiu um breve comunicado onde afirma que “a Santa Sé, perante um problema de natureza jurídica, respeita as decisões dos tribunais implicados neste caso”.

No livro “Memória e Identidade”, o Papa explica o atentado e afirma estar convencido de que Ali Agca atuou a mando de alguém, sem citar nenhum país. No livro, o Pontífice apresentou pela primeira vez as suas convicções sobre a responsabilidade por este episódio. “Acredito que este atentado foi uma das últimas convulsões das ideologias da prepotência, que se desencadearam no século XX”.

“A violência motivada por tais argumentos também se manifestou aqui na Itália: as Brigadas Vermelhas matavam homens inocentes e honestos”, relatou. Narrando depois a conversa que teve em 1983 com Agca na prisão, escreveu: “Ali Agca, como todos dizem, é um assassino profissional. Isto significa que o atentado não foi uma iniciativa sua. Alguém o idealizou, alguém o contratou para executá-lo”.

O antigo secretário pessoal de João Paulo II, Dom Stanislaw Dziwisz, também aceitou a decisão dos tribunais turcos de pôr em liberdade Ali Agca. O atual Arcebispo de Cracóvia fez saber, através do seu porta-voz, que “João Paulo II perdoou a Ali Agca há muito tempo. Agora João Paulo II reza por ele no céu e eu também rezo”.

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