CAMPANHA

Agosto Lilás tem ônibus itinerante para atender público feminino

Para combater a violência contra a mulher, o governo federal disponibiliza canais de atendimento. Em São Paulo, até um ônibus itinerante entrou em operação para orientar, proteger e acolher o público feminino.

Reportagem de Aline Imercio e Antonio Matos

“Opressão foi uma das violências que ele mais fez comigo, que ele me oprimia, eu não podia sair de dentro de casa, eu não podia olhar na janela, não podia conversar com o vizinho, tudo depois que eu fui morar com ele, que eu descobri tudo isso. E por ele ser uma pessoa extremamente violenta, eu tinha muito medo dele, fora as agressões que ele fazia”, relatou a vítima. 

Essa mulher que prefere não se identificar foi vítima de violência doméstica em diferentes relacionamentos. “Cada vez que ele me agredia era pior ainda”, disse ela. 

De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça, mais de meio milhão de novos processos envolvendo violência doméstica foram registrados neste ano no Brasil.

Uma das ferramentas do governo federal para conter essas ações é o disque denúncias por meio do número 180.  “O Ligue 180 funciona 24 horas por dia, no Brasil e também atendendo brasileiras que estão no exterior, garantindo todo um acolhimento, orientação sobre leis, direitos, serviços”, explicou a coordenadora geral do Ligue 180 e do Ministério das Mulheres, Ellen Costa.

No estado de São Paulo, diversas ações são organizadas no combate à violência contra a mulher, entre elas, esse ônibus que leva a diversos municípios proteção, acolhimento e orientação.

Em razão da campanha Agosto Lilás, nesta terça-feira, diversas cidades do estado de São Paulo receberam ações de conscientização sobre o combate à violência doméstica. O ônibus que oferece atendimento estava na Avenida Paulista. “Muitas vezes querem saber orientações sobre guardas, sobre pensão alimentícia, orientações sobre violência doméstica, como acessar a rede, como procurar um atendimento”, comentou a defensora pública coordenadora do Nudem, Fernanda Hueso.

Além dessas medidas, a criação de um aplicativo com suporte a quem sofre violência e atendimento especializado a essas mulheres também fazem parte das ações estaduais. “Nós temos o cartaz do protocolo Nossicale, que obrigatoriamente tem que estar dentro das casas noturnas, dos bares e dos restaurantes. E os funcionários desses locais precisam fazer os cursos de capacitação. Esse curso traz para esses funcionários a atenção às mulheres dentro desses estabelecimentos. Ensina também o sinal mundialmente conhecido, que é o de pedido de socorro”, concluiu a secretária de políticas públicas para a mulher do estado de SP, Valéria Bolsonaro. 

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