Há um ano, o Brasil acompanhava um dos piores acidentes da história do metrô de São Paulo. A gigantesca cratera aberta na estação Pinheiros provocou a morte de sete pessoas e até agora, não foram encontrados os culpados pela tragédia.
Refazer a vida! Este é o grande desafio das famílias que foram atingidas pelo desabamento das obras de estação pinheiros do metrô há um ano. Um desafio que tem sido dramático para o corretor de imóveis Antônio Manuel que passou exatos 350 dias morando com a família num hotel.
O prédio que morava, há poucos metros da obra, está condenado. O piso está solto e corre o risco de ceder a qualquer momento. Agora, com a indenização por danos morais e materiais paga pelo consórcio via amarela, mora num kitnet onde paga R$ 1 mil por mês. Mas as marcas da tragédia, dificilmente serão apagadas.
"Olhar um apartamento como este é uma tristeza! O prédio era cuidado, a gente tinha jardineiro, faxineira, os vizinhos eram excelentes e agora está tudo abandonado. Realmente é uma tristeza", comenta Antônio.
Um ano após o acidente e vários caminhões de entulho retirado da futura estação Pinheiros do metrô, é possível ver parte do túnel que ficou encoberto pelos destroços. Os funcionários que estão trabalhando no local são do Consórcio Via Amarela mas estão sob supervisão do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e do Instituto de Criminalística (IC).
O fim dos trabalhos na cratera estava marcado para 17 de outubro do ano passado, mas segundo o Ministério Público, o Consórcio Via Amarela já justificou 73 dias de atraso e os motivos foram aceitos pelo IPT.
A Companhia do Metrô, por sua vez, garante que agora, está acompanhando todo o processo de construção bem de perto. "Quando aconteceu o acidente toda a sociedade colocou em dúvida a segurança da obra. Após a tragédia foi feita uma perícia e uma auditoria que constataram que toda a extensão da linha 4 é segura e nós estamos acompanhando a obra bem de perto", explica o diretor de assuntos corporativos do Metrô, Sérvio Avelleda.