Coluna - padre Anderson

A promoção da vida litúrgica para uma vivência da fé

A Igreja é sinal efetivo da salvação, esta certeza acerca da Igreja como sinal efetivo da salvação é a fonte dos incansáveis esforços para transmitir o Evangelho a todos os que foram confiados ao cuidado pastoral. Ela é a base do dever urgente, de todos os Pastores da Igreja, de inspirarem e orientarem a plantatio Ecclesiae e o ulterior desenvolvimento da Esposa de Cristo em todos os lugares e em todas as culturas.

No decorrer do terceiro milênio, a missão apostólica que foi confiada à Igreja do Brasil encontra-se diante dos formidáveis desafios da Nova Evangelização, em que a cultura reveste uma importância primordial. Precisamente na linha destas considerações, ao participar das comemorações do V Centenário da Evangelização da América Latina, João Paulo II fez questão de dar particular ênfase à “cultura cristã”, onde o Evangelho de Cristo levado aos homens atingisse cada qual na sua cultura, na esperança de que, por sua vez, a fé dos cristãos fecundasse as culturas emergentes.

A América Latina representa quase a metade dos católicos do mundo. O sucesso da Nova Evangelização depende de como a Igreja, e particularmente os pastores constituídos, que levam sobre os ombros a pesada carga de iluminar os caminhos do rebanho que os foi confiados, saberão manter esse diálogo entre a cultura e a fé.

A promoção da vida litúrgica, no contexto acima acenado, apresenta mais de um desafio. Tem-se conhecimento que, nesse setor, muito foi feito e por isso é necessário dar graças a Deus. A mesa da Palavra de Deus foi abundantemente aberta a todos com traduções adaptadas ao uso litúrgico, e as publicações do Missal e da Liturgia das Horas na língua do Brasil oferecem agora à oração da Igreja no Brasil pontos de referência definitivos. Esta oração, que funda suas raízes no tesouro da tradição da Igreja e tende a santificar o dia e as obras, deve acompanhar a missão de sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, e estar sempre mais aberta também aos leigos.

A missão da Igreja e a sua atividade apostólica exigem de fato estar unidas à oração incessante, segundo o convite e o exemplo de Cristo, para elevar a Deus o mundo que evangelizamos. Neste sentido, uma palavra faz-se necessária, por ocasião da publicação, em nosso País, da edição definitiva da liturgia das Horas, agora completada. Muitos dos Relatórios quinquenais dos Bispos do Brasil indicavam a necessidade de se ajudar os presbíteros a redescobrirem a importância do Breviário para a vida espiritual e ministério. É, pois, chegado o momento de empreender todos os esforços possíveis para corresponder a esta exigência, ajudando os sacerdotes a viverem com renovado ardor e entusiasmo, e em espírito de amoroso obséquio ao Senhor, aquela “ação” litúrgica que, como Sacerdotes, são chamados a oferecer em nome e com toda a Igreja.

O dever da recitação integral e cotidiana do Ofício Divino deve ser percebido não como fria e mecânica norma, mas como urna impiedosa necessidade do próprio ser sacerdotal, feito intérprete e veiculo da voz universal que canta a glória de Deus e pede a salvação do homem. A sua celebração seja diligentemente preparada, instruindo-se os seminaristas acerca da história e do significado do Breviário; e aos jovens sacerdotes proporcione-se um adequado acompanhamento, no quadro da formação permanente, também quanto a este sacrossanto dever.


 

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