O sacerdote destaca que, assim como a família é considerada uma Igreja doméstica, o contrário também é verdade, a Igreja é uma família
Padre Joãozinho, scj
João Carlos Almeida – Teólogo e escritor
Sabemos que a família é o “santuário da vida”, como gostava de dizer o nosso saudoso São João Paulo II. Significa que cada lar é um verdadeiro templo. Os pais são os sacerdotes da casa; assumiram, no dia do casamento, o compromisso de “educar os filhos na fé cristã”. Por isso, é em casa que se deve receber as primeiras lições de catequese.
É bonito ver famílias em que a fé é vivida em torno da mesa, por meio da oração. Já se disse que a família que reza unida, permanece unida. Os pais recebem a autoridade para abençoar seus filhos. Antigamente era comum que os filhos pedissem a bênção a seus pais. Hoje, precisamos recuperar essas coisas simples, mas muito importantes. A família é uma Igreja, e o contrário também é verdade: a Igreja é uma família. Ao menos deveria ser.
A Igreja não é uma empresa nem uma sociedade civil. Não é um clube, mas uma família de irmãos. Se os pais são sacerdotes do lar, o padre é pai do povo na paróquia. É casado com a comunidade.
Ao entrar em uma Igreja, devemos ter a mesma sensação de um filho que entra na casa dos pais. Não podemos ser como estranhos na comunidade. A Igreja é a nossa casa. Aliás, somos parte desse corpo, que é o “corpo místico de Cristo”.
O Papa Francisco gosta de falar da “Igreja em saída”, ou seja, de portas abertas. É um lugar de acolhida para quem chega, mas também um pondo de partida onde encontramos forças para sair em missão.
Quando vivemos essas duas dimensões: família-Igreja e Igreja-família, somos verdadeiramente católicos, ou seja, gente que tem o Cristo todo para anunciá-Lo a todos.
Somos “evangélicos”, pois vivemos e testemunhamos o Evangelho. Somos “crentes”, porque vivemos a nossa fé na vida. Somos da “assembleia de Deus”, reunida na Eucaristia. Somos “protestantes”, quando denunciamos toda forma de injustiça. Somos a Igreja do pão e da graça. Somos uma comunidade verdadeiramente mundial e universal. E, além disso, temos Maria como Mãe. Não somos órfãos. Por isso, “sou feliz por ser católico”!
Pe. Joãozinho, scj