“Acolher, testemunhar e anunciar a bondade de Deus! Não percamos isso de vista”, exortou Dom Joel na abertura do terceiro dia de Assembleia Geral
Ronnaldh Oliveira
Da Redação
No terceiro dia da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o secretário-geral, Dom Joel Portela, insistiu, como nos outros dias, que o principal sentido da reunião é “ouvir a voz de Deus, ouvir uns aos outros e discernir quais caminhos devem ser mantidos, como também onde podemos melhorar para servimos melhor à missão evangelizadora da Igreja.”
Na homilia da missa que abriu os trabalhos do terceiro dia, o bispo ressaltou que o Evangelho proposto pela Liturgia dá a todos duas advertências. A primeira delas é o desânimo que pode surgir no coração, quando, no cotidiano, o discípulo se depara com as trevas no lugar da luz. “Perder as esperanças diante da maldade que pode sobrepor a graça é um risco inerente quando estamos desanimados.” afirmou o bispo.
A partir dessa primeira advertência refletida, ressaltou a importância do encontro. “Por isso estamos aqui! Para ouvir, conviver, rezar, partilhar testemunhos. Perceber que, mesmo parecendo que as trevas são grandes, na realidade a Graça de Deus sempre superabunda”.
Educar para a Luz
Voltando o olhar para a assembleia presente na Santa Missa, hoje composta por famílias, catequistas e religiosos da Arquidiocese de Brasília, Dom Joel agradeceu por diariamente serem educadores e verdadeiros indicadores da luz em meio a trevas, de tantas crianças e jovens.
“O risco do desânimo é grande e pode vir a ser alimentado por uma espécie de crença que tudo o que acontece de mal, de dor, acaba sendo vontade de Deus. Sabemos que inúmeras pessoas, até nós mesmos, diante das trevas se pergunta: Porque Deus está fazendo isso comigo? Porque Deus está me deixando passar por isso? Fazemos essas perguntas por que as trevas nos cegam”. O bispo manifestou ainda sua crença de que as famílias e os catequistas são verdadeiros espaços da educação à luz.
O Evangelho que é liberdade
Já caminhando para o final da homilia, o bispo afirmou que o amor pressupõe a liberdade. E é nessa liberdade desenfreada que podemos ir para as trevas. Ele apontou a Igreja como aquela que recebe o chamado de caminhar na luz, sendo luz, resplandecendo o Cristo que é a luz do mundo.
“Queremos por vezes prender o Evangelho, mas ele jamais será aprisionado. A primeira leitura nos diz isso! O desânimo pode ser grande e na hora que nos deparamos com as trevas, podemos desistir, cruzar os braços, querendo fazer outra coisa. Olhando para os catequistas que muitas vezes vivem seu ministério com muita dificuldade diante da realidade social de hoje”.
O bispo finalizou a reflexão abençoando as famílias, primeiras educadoras da vida. Encorajou todos os presentes com as palavras do salmista “Provai e Vede como o Senhor é bom”. E, por fim, exortou: “Acolher, testemunhar e anunciar a bondade de Deus! Não percamos isso de vista.”
O terceiro dia de Assembleia
A primeira sessão de hoje da 59ª Assembleia Geral da CNBB será marcada pela Campanha da Fraternidade de 2022 cuja temática foi “Fraternidade e Educação”. Os mais de 400 bispos tratarão do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), da Campanha da Fraternidade. A ferramenta promove a sustentação da Ação Social da Igreja Católica no Brasil. Durante a sessão, estão previstas apresentações com uma prestação de contas do Fundo em 2021.
Após a apuração das contas, farão ainda uma avaliação sobre a iniciativa que teve seu lançamento na Quarta-Feira de Cinzas em todo o país. Também a Campanha de 2023 cuja temática é “Fraternidade e Fome” será apreciada pelos bispos.
Ainda pela manhã, serão pautados os grandes eventos que serão realizados pela Igreja no Brasil, como a 10ª Assembleia Nacional dos Organismos do Povo de Deus; o Ano Vocacional de 2023; e o 18º Congresso Eucarístico Nacional.
Já no período da tarde, o olhar será voltado ao tema central da 59ª Assembleia Geral da CNBB: “Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão”. Os regionais da Conferência terão momentos específicos de escuta em vista da preparação para as próximas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE).