Leonardo Meira
Da Redação
Os pobres, catadores de material reciclável, moradores de rua e os mais necessitados foram os convidados especiais da Missa da Solidariedade, que aconteceu na manhã desta sexta-feira, 14, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Asa Sul – Brasília) e integra a programação do 16º Congresso Eucarístico Nacional (CEN).O Enviado Especial do Papa para as celebrações do CEN 2010 e prefeito da Congregação para o Clero, o Cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes, presidiu a celebração.
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.: Homilia do Cardeal Cláudio Hummes na Missa da Solidariedade – CEN 2010
.: Programação completa do CEN 2010
“Se o CEN está aqui hoje, é porque desejamos mais uma vez assumir esse compromisso. A Igreja sempre se empenhou bastante – nos últimos 30 a 40 anos ainda mais, de uma forma mais bem programada e entendida – no trabalho com os pobres. Ainda há muito chão para caminhar e não podemos voltar atrás ou parar, devemos seguir rumo a uma sociedade mais pacífica”, destacou na homilia.
O Cardeal ressaltou que essa era uma das celebrações mais importantes do Congresso.
“Hoje, o CEN está no meio dos pobres, com os pobres. Estamos no meio de vocês com muita humildade, consciência de que ainda não fizemos tudo que podíamos e devíamos já ter feito para sermos justos com os pobres e eliminar as desigualdades econômicas, sociais, culturais no país”.
Além do núncio apostólico, Dom Lorenzo Baldisseri, estiveram presentes 11 bispos, 30 padres e mais de 1000 fiéis na assembleia, bem como o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, representando o presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Ao final da celebração, foram distribuídos terços como lembrança aos participantes.
Abraço do Papa
No início da homilia, Dom Cláudio saudou os excluídos, afirmando que tal situação não é da vontade de Deus, mas resultado de processos injustos que os excluíram de participar igualmente dos bens da terra.
“Nessa saudação também está a palavra e a saudação do Papa Bento XVI a vocês todos. O Papa é um homem de Deus e muito amigo de vocês, excluídos. Mostrou isso de modo simbólico quando, na Semana Santa, visitou uma obra social em Roma que trabalha com os pobres. Sentou junto deles, abraçou-os, almoçou com eles. O Papa enviou-me para cá e eu também quero fazer isso, nós todos queremos fazer isso. O Papa é um exemplo para nós. Nosso encontro é simbólico, mas ajuda a mudar os nossos corações e é um gesto de amor e carinho com vocês”.
Tudo por amor
O Enviado do Papa explicou que a mudança social não é um processo rápido, bem como a necessidade de que as melhorias alcançadas sejam sustentadas por estruturas sólidas.
“Todos somos responsáveis para que a pobreza, miséria, analfabetismo, falta de moradia, acesso à saúde e escola, enfim, tudo seja superado. Nos comprometemos a trabalhar com todos aqueles de boa vontade que estão trabalhando nessa área, para manter a sociedade atenta, para que não se acostume a ver miseráveis e pobres por aí”, ressaltou.
“Deus é quem ama vocês e a todos nós, é por Ele que tudo deve ter feito. A coisa mais fundamental acerca de Deus é que Ele nos ama, apesar dos nossos pecados. Nos amou por primeiro, Ele é um pai que nos ama, um irmão, um amigo, um aliado. Qual boa notícia que Jesus trazia? […] Que todos sejam irmãos! Entre irmãos não pode haver desigualdades, injustiças, discriminações. Fazemos tudo por causa de Jesus e devemos nos alegrar porque Ele nos envia a colaborar na mudança do mundo”.
O Cardeal brasileiro também disse que todo aquele que trabalha para melhorar as condições de vida dos outros é discípulo de Jesus, ainda que não O tenha conhecido. “‘Amai-vos uns aos outros’, disse o Senhor. Quem anima para que outros se levantem é discípulo!”, exclamou.
“Jesus abriu uma mesa, aqui Ele oferece um pão e um vinho que se tornam verdadeiramente Ele mesmo. Jesus está presente realmente, sacramentalmente. Quando comungamos, o Senhor nos incorpora n’Ele mesmo. E quer dizer com isso que, como deu a vida na cruz, nós devemos dar a vida por vocês e vocês devem dar a vida uns pelos outros”, disse.
Dom Cláudio também afirmou que deve-se lutar na sociedade para que, da mesma forma como Jesus distribui o pão na comunhão, as necessidades fundamentais de cada homem e o direito de igual acesso aos bens sejam garantidos.
“Queremos sentar juntos para buscar construir o sonho de Deus, de uma sociedade justa, pacífica, fraterna, aberta a Deus e às coisas mais altas. Obrigado por terem vindo. Que vocês levem essa alegria para o dia-a-dia de vocês, essa fraternidade, igualdade”, concluiu o Cardeal.
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