Energia Elétrica

Governo confia na volta das chuvas para elevar reservatórios

O Governo Federal confia na chegada das chuvas para elevar o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas e na capacidade das térmicas para suprir a oferta de energia, após uma aguardada reunião de autoridades terminar sem medidas para ampliar a segurança do sistema elétrico brasileiro nesta quarta-feira, 9.

"Temos ainda reservas, diversas térmicas que podemos despachar se houver necessidade, que eu acho que não haverá", disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, após reunião ordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

Segundo ele, todas as medidas de segurança do setor elétrico estão em prática: "São o que sempre houve, o que sempre deu certo".

As declarações ocorrem em meio a temores no mercado de um possível racionamento de energia, com os reservatórios das hidrelétricas nos menores níveis em uma década.

Lobão fez questão de frisar que o encontro do colegiado do CMSE foi rotineiro e já estava programado. "A reunião não tem nada de especial. Foi marcada em 17 de dezembro, não foi convocada de emergência", disse Lobão, que voltou a descartar a possibilidade de racionamento de energia.

Reservatórios de água

Além da aposta no aumento do volume das chuvas para deixar a situação dos reservatórios mais favorável, o governo diz ter mais 1 mil megawatts (MW) de termelétricas existentes a despachar, incluindo Uruguaiana, recentemente autorizada a operar.

A energia térmica – mais cara e usada em momentos de estiagem – pode ter um efeito máximo de 3% de aumento na tarifa em 2014, caso o uso total dessa fonte se estenda até o fim deste ano, algo que o governo avalia ser pouco provável de acontecer, segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp.

As declarações das autoridades deram um alívio às empresas elétricas com ações na Bovespa. O IEE, índice do setor de energia na Bovespa, terminou a quarta-feira na máxima da sessão, com valorização de 2,44%, recuperando parte das perdas vistas nos quatro pregões anteriores.

"A hidrologia já se configura favorável, segundo institutos de meteorologia que contratamos. Todos eles estão configurando o que estamos vendo hoje, de previsão de chuva na média no Sudeste e Sul e Nordeste na média ou abaixo da média", disse Chipp.

Os principais reservatórios do país estão atualmente no pior nível de armazenagem dos últimos 10 anos. No sistema Sudeste/Centro-Oeste, por exemplo, eles estavam em 28,32% na terça-feira.

Tarifa de energia

O diretor-geral do ONS disse que se houver a confirmação da retomada das chuvas, a maior parte das termelétricas poderá ser desligada antes mesmo do fim do período úmido, em abril. Caso isso se confirme, a influência do uso das térmicas será mínima na conta de luz.

Mesmo no pior cenário, o impacto na tarifa pode ser atenuado, uma vez que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda alternativas para que o consumidor não pague sozinho o custo das termelétricas em operação, segundo Chipp.

Essa seria uma maneira de evitar que a redução média de 20% na conta de luz anunciada pela presidente Dilma Rousseff no ano passado – por meio da renovação antecipada e onerosa de concessões do setor elétrico, aportes do Tesouro e redução de encargos – seja afetada pelo acionamento das termelétricas.

Segundo Lobão, a diminuição na tarifa de energia entrará em vigor em fevereiro, como prometido por Dilma.

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