"Combater a violência é um compromisso que deve envolver não só as instituições e organismos, mas a sociedade como um todo, incluindo as entidades religiosas. Cada um tem a sua parcela específica de responsabilidade por um futuro de justiça e de paz", frisou Bento XVI.
O Pontífice lembrou ainda que uma sociedade justa também requer uma pacífica convivência civil. Ele condenou com veemência fenômenos como o terrorismo e o crime organizado, considerados pelo pontífice "uma ofensa a toda a humanidade".
Com relação ao combate ao crime, o Santo Padre pediu uma maior colaboração internacional. Ele enfatizou que essa luta contra a criminalidade deve sempre respeitar os direitos humanos.
"É um dever reprimir o crime no contexto das normas morais e jurídicas, porque a ação contra a criminalidade deve ser sempre conduzida no respeito pelos direitos humanos", disse.
O Santo Padre lembrou ainda as diferentes formas que a violência assumiu na época atual, depois das grandes esperanças suscitadas pelo fim da Guerra Fria.
"As formas mais graves de criminalidade podem ser identificadas no terrorismo e no crime organizado. O terrorismo é uma das formas mais brutais de violência, semeia ódio, morte e desejo de vingança. Esse fenômeno, de subversiva estratégia típica de algumas organizações extremistas, transformou-se em uma rede obscura de cumplicidades políticas, utilizando também meios tecnológicos sofisticados, importantes recursos financeiros e desenvolveu projetos de grande escala", frisou o Papa.
Bento XVI condenou o tráfico de pessoas, forma moderna de escravidão, bem como o tráfico de remédios, usados principalmente pelos pobres, que matam em vez de curar. "Um comércio que se tona mais abominável quando se trata de órgãos humanos de vítimas inocentes. Esses crimes quebram as barreiras morais da civilização e repropõem uma forma de barbárie que nega o ser humano e sua dignidade".
O Santo Padre reiterou que "a violência é sempre inaceitável, pois fere profundamente a dignidade humana". Ele lembrou a importância de coibir o crime e defender a sociedade, mas ressaltou que também é necessário cuidar do arrependimento e correção do criminoso, “que é sempre uma pessoa humana e não deve ser excluído da sociedade, mas recuperado”.
“Ao mesmo tempo, a colaboração internacional contra o crime não pode se limitar apenas em operações policiais. É essencial que a necessária obra repressiva seja acompanhada pela atenção aos fatores de exclusão social e indigência que podem fomentar a violência”.
No momento da saudação, o Papa manifestou sua gratidão à Interpol pela colaboração com a Gendarmaria vaticana, especialmente nas viagens apostólicas internacionais.