Ajuda às vítimas de conflitos

De volta ao Brasil, padre relata experiência vivida na Síria

De volta ao Brasil após 40 dias na Síria, padre George Rateb Massis comenta sobre a realidade de conflitos no país e os trabalhos que realizou durante o período em que permaneceu nas proximidades da cidade de Homs, uma das maiores do país.

Padre George, que nasceu na Síria e lá foi ordenado sacerdote, deixou sua família e veio em missão ao Brasil há oito anos. Atualmente, é pároco da Igreja Sagrado Coração de Jesus dos Siríacos Católicos, em Belo Horizonte (MG).

Com a situação de conflito na Síria, o sacerdote resolveu visitar a região no final do mês de agosto para dar suporte aos seus familiares e aos moradores de sua aldeia, Zaidal, a seis quilômetros do centro de Homs.  

Situação na região

Na cidade de Homs, homens armados tomaram o centro da cidade, e muitas famílias cristãs foram expulsas ou fugiram, deixando suas casas. Inclusive, os bispos católicos-ortodoxos que moravam no centro da cidade foram retirados de lá.

Os cristãos fugiram pelas montanhas e aldeias ao redor, deixando suas casas, que foram, na maioria, destruídas. Padre George conta que também a Igreja Siríaco-Católica foi destruída no último dia 14. "Eles puseram fogo e queimaram tudo, a Catedral, o palácio do bispo, a casa que recebe os sacerdotes, a casa dos peregrinos e o centro de catequese", recorda.

É uma realidade triste, mas Padre George disse que ao chegar àa sua aldeia, Zaidal, que acolheu muitos refugiados, ficou orgulhoso do trabalho realizado pelas freiras, padres e os jovens, da pastoral da juventude.

"Todos estavam trabalhando muito com essas famílias refugiadas, arrumando casa, alimentação, remédios… os moradores abrindo suas casas, estendendo as mãos para ajudar, para fazer alguma coisa. Eu acho um momento especial, porque a gente não quer viver essa experiência, e espero que ninguém passe por ela, porque é muito difícil, mas também vejo esse lado, da Igreja estar presente ajudando todos os refugiados", explicou.

Dia a dia na aldeia

Em sua estadia no local, a vida não parou, destacou padre George. Durante os 40 dias em que ficou na Síria, o sacerdote ajudou a celebrar batismos, casamentos, celebrou Missas diárias na aldeia e, quando havia Missa na paróquia, também participava.

Na paróquia, ele também ajudava a procurar documentos importantes quando alguém precisava e apoiava alguns trabalhos realizados com os jovens.

"A Igreja dobrou as atividades com os jovens. No centro de catequese e na praça da Igreja, foram promovidos momentos de dança, de catequese, cursos de inglês, de liturgia, de Bíblia, para realmente acolher os jovens e ajudar a ocupar o seu tempo. E também para criar mais espaços de amizades entre aqueles que vieram de um lugar longe e os da aldeia", conta.

Ajuda humanitária

Padre George recordou que acompanhou o arcebispo e as freiras efranitas em várias aldeias e também nas montanhas, para visitar 400 famílias que fugiram do centro da cidade de Homs.

Eles entregaram a cada família uma ajuda de 100 dólares, "que não é praticamente nada diante da situação em que vivem", disse o sacerdote, mas "elas receberam essa ajuda como se fosse uma benção e agradeceram ao bispo que, realmente, está vivendo um papel de 'bom pastor', correndo atrás deles, procurando saber notícias".

Padre George disse que também levou, do Brasil, uma contribuição em dinheiro à Síria, reunida através da Campanha promovida pela arquidiocese de Belo Horizonte, de sua Paróquia Sagrado Coração de Jesus, na capital mineira, e dos patrícios sírios (sírios e seus descendentes).

"Levei cerca de 20 mil dólares. A ajuda não acabou com a situação, mas foi uma das únicas ajudas que estão chegando lá. E o arcebispo recebeu com muito carinho e respeito. As ajudas são recebidas pelas pessoas como uma benção da Igreja", enfatizou.

Como fazer sua doação

A campanha da arquidiocese de Belo Horizonte continua. Para ajudar, faça seu depósito, em qualquer valor, na seguinte conta:

Banco do Brasil
Agência: 3494-0
Conta corrente: 30.351-8
Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte

O dinheiro será utilizado na compra de alimentos, remédios e moradias, inclusive, ajudando no pagamento de aluguel.

"É uma ajuda muito necessária nesse tempo, e que Deus abençoe todos os que se colocam em comunhão com o povo sírio", concluiu padre George.

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