Portugal

Presidente da Cáritas aponta reconstrução social como prioridade

O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugênio Fonseca, revelou que a principal preocupação das organizações caritativas deve ser a reconstrução da sociedade. A declaração antecipa a Semana Nacional da Cáritas, que será realizada de 4 a 11 de março e traz como tema “Edificar o Bem Comum: Tarefa de todos e de cada um”.

Numa reflexão sobre a Doutrina Social da Igreja, Fonseca retomou o princípio da dignidade, que consagra o direito que cada pessoa tem de viver de acordo com as exigências da condição humana, lema que tem norteado a atuação da organização católica de solidariedade social, desde que foi fundada, em 1945.

O presidente da Cáritas frisou que, para corresponder a esse desafio, a Cáritas precisa, sobretudo, assumir todos os dias o verdadeiro significado que o seu nome encerra, ou seja, a noção cristã de “caridade”.

“Não é uma caridade assistencialista, protecionista, é uma caridade que promove, que liberta, porque respeita o outro, porque dá valor e reconhece no outro potencialidades”, ressaltou.

Ajuda humanitária

Até 11 de março, data em que a Igreja Católica assinala o “Dia Cáritas”, a organização convida as pessoas a refletirem sobre aquilo que podem fazer pelos outros, numa altura em que Portugal continua a sentir os efeitos da crise econômica e social.

Em 2011, a Cáritas recebeu, em média, mais de 250 pedidos de ajuda por dia, ou seja, mais de 93 mil casos, envolvendo famílias carentes, pessoas desempregadas, ou em situação de doença, pobreza e exclusão social.

“Não é pela pessoa ser mais desprovida de bens materiais, estar incapacitada em termos físicos e cognitivos, ter comportamentos menos sociais ou estar nos caminhos mais enlameados que deixa de ser, aos nossos olhos, pessoa, e pela fé é nossa irmã”, salienta o presidente, que recorre a outra máxima cristã: o “amor” ao próximo.

Fonseca citou ainda a necessidade de maior partilha entre o ser humano. “Não é justo que um terço da humanidade se aproprie de dois terços dos bens da terra, é uma injustiça gritante que gera depois todo o resto de conflitos e injustiças que nós conhecemos”, aponta Eugênio da Fonseca, apelando a um maior sentido de partilha. O presidente da Cáritas nacional vai aprofundar esta temática durante a próxima sessão de formação sobre a Doutrina Social da Igreja.

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