O Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi, deplorou a violência e a destruição de um crucifixo e uma imagem de Nossa Senhora de Lourdes durante a manifestação em Roma no sábado, 15.
Os manifestantes protestavam contra a situação econômica vivida pela Itália, inspirados pelo ato dos “indignados” da Espanha. Mas a manifestação que começou na Praça da República e que terminou na Plaza São João do Latrão na Cidade Eterna, acabou tomando proporções violentas com o confronto com a polícia. Lojas e bancos foram saqueados e veículos foram queimados.
Padre Lombardi declarou ao jornal vaticano L’Osservatore Romano que “a violência ocorrida em Roma é inaceitável e injustificada. Condenamos toda a violência e também aquela contra os símbolos religiosos”.
A manifestação do sábado era parte da iniciativa mundial que uniu centenas de cidades como Barcelona, Nova Iorque, Sydney, entre outras, onde os “indignados” protestaram por uma mudança global da situação econômica, política e social.
A cruz e a imagem da Virgem de Lourdes destruídas pelos manifestantes em Roma se encontravam na antiga paróquia dos Santos Marcelino e Pedro em Latrão.
O Presidente da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Angelo Bagnasco, quem afirmou que “não podemos não expressar nosso total rechaço pela violência organizada por facínoras que turvaram a muitos que tentavam manifestar de modo pacífico suas preocupações”.
O Vigário do Papa para a diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, disse, por sua vez, que "a violência gratuita que profanou imagens sagradas, a agressão a pessoas e a destruição de coisas não podem ser não justificadas".
“Ofende-nos profundamente como cristãos a destruição da estátua da Virgem e a profanação do crucifixo, mas o episódio, além de nos ofender, entristece-nos muito e nos enche de dor de maneira grave porque expressa uma grave violência do sentido comum do humano”, salientou o Arcebispo de Milão, Cardeal Angelo Scola, em sua homilia na festa da dedicação da Catedral de Milão, neste domingo, 16.
O Cardeal disse ainda que é necessário “responder com paz e justiça, reagir no sentido nobre da palavra, construindo boas relações. Não podemos sofrer tudo de modo inelutável”.
O L’Osservatore Romano ressalta que nos 82 países onde se deram os protestos, “não se registrou felizmente graves desordens. Em Nova Iorque a polícia prendeu 40 pessoas que não obedeceram a ordem de sair de Times Square. Mas não há rastros de violência, exceto em Roma”.