No embalo harmonioso da canção ‘Alecrim Dourado’, cerca de 700 alunos do Centro Educacional Santo Antônio (CESA) – complexo de educação das Obras Sociais Irmã Dulce – emocionaram os milhares de fiéis que estão no Parque de Exposições de Salvador (BA) para a cerimônia de beatificação da freira baiana.Os estudantes apresentaram a peça ‘Nasce uma flor’, que contou a vida e obra de um dos mais belos exemplos de solidariedade e amor ao próximo que o Brasil já conheceu. O teatro começou às 14h, com crianças da 5ª série dançando um balé de flores que surgiram para revelar ao mundo o nascimento do  “Anjo Bom” e seu jardim de realizações. “Hoje vocês irão conhecer a história de uma florzinha que, com sua beleza e perfume, construiu um imenso jardim”, anunciou um dos atores logo no início da apresentação.

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Segundo o diretor geral do espetáculo, Bira Azevedo, a escolha da música ‘Alecrim Dourado’ tem um significado especial. “Irmã Dulce foi delicada e frágil como um ramo de alecrim. Mas, também, renitente e resistente às tempestades, tal como um ramo de alecrim”, explicou.

Dividida em quatro atos, a apresentação artística narrou o nascimento e primeiros anos de vida da religiosa, a vida no convento, a criação do restaurante popular e o nascimento da Osid (Obras Sociais Irmã Dulce) e, por fim, a visita do beato João Paulo II a Salvador, sua morte e processo de beatificação.

A música também foi uma emoção à parte no espetáculo. Apresentaram-se no palco os padres Zezinho e Antônio Maria, o frei Mario Sérgio, da Toca de Assis, e a banda Didá. Destaque ainda para o figurino dos atores mirins, volume que chegou a 900 peças produzidas.

A festividade continua com uma procissão do Senhor do Bonfim, de Nossa Senhora da Conceição da Praia e Jesus Cristo. Às 17h, acontece o momento mais esperado pelos fiéis: o rito de beatificação seguido da Santa Missa em ação de graças pela nova beata da Igreja.

A caminho da santidade

As gestões oficiais para a instalação do processo de beatificação e canonização de Irmã Dulce foram iniciadas em 1999, com a concessão do ‘Nihil Obstat’, documento que a Santa Sé disponibiliza decretando não existir impedimento para a introdução da causa.

Em 2000, foi realizada a abertura do Processo Canônico sobre a sua vida, virtudes e fama de santidade. A graça obtida pela intercessão de Irmã Dulce, em 2003, foi examinada primeiramente no Brasil e reconhecida pelos peritos médicos como um caso que não pode ser explicado cientificamente. Os peritos e os cardeais da Congregação para as Causas dos Santos foram unânimes no reconhecimento deste milagre, constando que se tratava de um caso extraordinário de cura.

Em abril de 2009, foram reconhecidas suas virtudes heroicas e ela foi declarada Venerável pelo Vaticano. Em junho de 2010, seu corpo foi exumado e transferido junto às suas relíquias, últimos atos antes da beatificação – que acontece hoje, 22, em Salvador (BA).

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