Os partidos de oposição (PSDB, DEM e PPS) no Senado decidiram nesta terça-feira, 17, apresentar representação ao Ministério Público Federal pedindo a instauração de procedimento para investigar a legalidade da evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Reportagem publicada pela Folha de São Paulo no domingo, 15, noticia que o ministro multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos, período em que era deputado federal.
Segundo o líder tucano no Senado, Álvaro Dias (PR), o ministro precisa esclarecer “de forma cabal” as dúvidas que pairam sobre a evolução do seu patrimônio. “A justificativa pode ter lógica, mas tem que ter comprovação. Nesse caso, a meu ver, caberia ao ministro abrir, espontaneamente, seu sigilo fiscal, já que sem comprovação qualquer justificativa perde sentido."
De acordo com ele, a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, além de apresentar requerimento de convocação de Palocci na Comissão de Fiscalização e Controle, vai apresentar cinco requerimentos com pedidos de informação à Receita Federal e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para verificar a legalidade da evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que a postura dos partidos de oposição ao governo é responsável e não tem intenção de prejulgar o ministro Palocci. “Ninguém quer prejulgar ninguém. Pessoalmente, tenho muito respeito pelo ministro Palocci. Aguardamos que ele preste os esclarecimentos à sociedade e não apenas aos partidos políticos de oposição.”
“É hora de ter serenidade e firmeza. Serenidade para não prejulgar e firmeza para aguardar os devidos esclarecimentos do ministro. Não é nossa intenção criar um movimento de desestabilização do governo. A posição majoritária da nossa bancada no Senado e na Câmara é criar as condições para que esses esclarecimentos possam vir a ser dados”, acrescentou Aécio.