O corpo de uma das 228 vítimas do acidente com o voo da Air France que caiu no oceano próximo à costa brasileira no trajeto Rio-Paris em 2009 foi cuidadosamente retirado nesta quinta-feira, 5, de uma profundidade de 3.900 metros.
O corpo, preservado pela alta pressão e as baixas temperaturas enquanto permaneceu junto aos destroços do avião durante quase dois anos, ainda estava preso ao assento pelo cinto de segurança quando investigadores franceses o trouxeram a bordo do navio de busca com um robô submarino, disse um porta-voz da operação, realizada próximo à costa nordeste do Brasil.
Foi a primeira tentativa da equipe francesa de trazer restos humanos do fundo do mar. A equipe recuperou recentemente as duas caixas-pretas com gravadores de voz e de dados dos destroços.
"Estávamos tentando trazer (o corpo) desde ontem. Demorou muito tempo", disse o porta-voz, que estava na sede da polícia federal em Paris.
"É difícil por que os corpos estão bem preservados no fundo do mar por conta da pressão e da temperatura, mas trazê-los para cima para águas mais quentes provoca a decomposição."
A equipe de busca localizou os destroços do Airbus 330 há um mês, depois de quase dois anos de buscas no fundo do mar.
Investigadores e parentes das vítimas esperam que os gravadores do voo ajudem a explicar o que causou a queda do avião no mar ao enfrentar tempestades após sua decolagem do Rio de Janeiro em 2009, matando 228 passageiros e tripulantes.
O Ministério do Interior francês disse em comunicado que investigadores a bordo do navio de busca retiraram amostras de DNA do corpo, que serão enviadas à França junto com as duas caixas-pretas e utilizadas para tentar identificar a vítima.
Teorias sobre a causa do desastre têm destacado a possibilidade do acúmulo de gelo nos sensores de velocidade da aeronave, que pareciam ter informado leituras inconsistentes antes de a comunicação ser interrompida.