"Jesus abre a nossa humanidade ao dom do Espírito Santo. Quanto mais estivermos unidos a Cristo, tanto mais ficamos cheios do seu Espírito Santo", disse o Papa Bento XVI em sua homilia na Missa dos Santos Óleos, nesta Quinta-feira Santa, 21, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O Santo Padre explicou o significado dos Santos Óleos, abençoados neste dia, e destacou que o "óleo é símbolo do Espírito Santo e, ao mesmo tempo, alude a Cristo" – o Ungido.
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Os três óleos abençoados na liturgia de hoje, exprimem três dimensões essenciais da vida cristã, pontualizou Bento XVI.
– O óleo dos catecúmenos – usado no Batismo, indica "o primeiro modo de ser tocado por Cristo e pelo seu Espírito". É um sinal de que "não só os homens procuram a Deus, mas o próprio Deus anda à nossa procura", disse o Papa.
"Ele [Deus] sai ao encontro da inquietude do nosso coração (…) A inquietude por Deus, o caminhar para Ele, para melhor O conhecer e amar não deve apagar-se em nós. Neste sentido, nunca devemos deixar de ser catecúmenos", destacou.
– O óleo da Unção dos Enfermos, é a expressão visível de um mandato primordial que Jesus confiou à Igreja: curar o coração ferido dos homens.
Bento XVI explicou que a primeira e fundamental cura acontece "no encontro com Cristo, que nos reconcilia com Deus e sara nosso coração despedaçado", mas além disso, "faz parte da missão essencial da Igreja também a cura concreta da doença e do sofrimento".
O Santo Padre agradeceu ao Senhor por todos "aqueles que, em virtude da fé e do amor, se põem ao lado dos doentes, dando assim, no fim das contas, testemunho da bondade própria de Deus".
– Por fim, o óleo do Crisma é o mais nobre dos óleos eclesiais, explica o Papa. Utilizado no sacramento da Confirmação (Crisma) e nas Ordens sacras.
A liturgia da Missa dos Santos Óleos relaciona o óleo do Crisma as palavras de promessa do profeta Isaías: "Vós sereis chamados 'sacerdotes do Senhor' e tereis o nome de 'ministros do nosso Deus'" (61, 6), recordou Bento XVI.
"No meio do mundo imenso e em favor do mesmo, que em grande parte não conhecia Deus, Israel devia ser como que um santuário de Deus para todos, devia exercer uma função sacerdotal em favor do mundo", destacou o Santo Padre e explicou que, São Pedro, na catequese batismal (cf 1 Pd 2, 9-10) aplicou tal privilégio a toda comunidade dos batizados.
De fato, "os cristãos são um povo sacerdotal em favor do mundo. Os cristãos deveriam fazer visível ao mundo o Deus vivo, testemunhá-Lo e conduzir a Ele" e isso não é motivo para nos vangloriar – explicou Bento XVI – pois trata-se de uma exigência que suscita em nós alegria e preocupação ao mesmo tempo.
"Somos nós verdadeiramente o santuário de Deus no mundo e para o mundo? Abrimos aos homens o acesso a Deus ou, pelo contrário, escondemo-lo?", questionou o Papa.
"Neste momento, temos motivos para bradar a Deus: 'Não permitais que nos tornemos um 'não povo'! Fazei que Vos reconheçamos de novo!, suplicou o Santo Padre, e concluiu: "De fato, ungistes-nos com o vosso amor, colocastes o vosso Espírito Santo sobre nós. Fazei que a força do vosso Espírito se torne novamente eficaz em nós, para darmos com alegria testemunho da vossa mensagem!".
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