Os rebeldes colombianos não têm mais acampamentos na Venezuela, disse o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, num sinal de grande melhoria das relações bilaterais.
Rebeldes esquerdistas costumam usar o país vizinho para escapar aos militares colombianos, o que provocou nos últimos anos sérios atritos entre Caracas e Bogotá.
No ano passado, o presidente esquerdista da Venezuela, Hugo Chávez, chegou a romper por alguns meses as relações com a Colômbia – grande aliada dos EUA na América do Sul – por causa das acusações feitas pelo então presidente Álvaro Uribe de que Caracas estaria dando abrigo a guerrilheiros.
Embora o comércio bilateral – outrora próspero – continue abalado, as relações em geral melhoraram substancialmente desde que Santos tomou posse, em agosto.
"O presidente Chávez me assegurou em muitas ocasiões […] que não permitiria a presença de terroristas em seu território", disse Santos em comentários feitos em Madri e publicados na terça-feira pelo site da Presidência.
No ano passado, Uribe disse que 1.500 membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estariam posicionados em uma área montanhosa próxima à fronteira. Santos disse que seu governo verificou que tais acampamentos não existem mais.
"Eles não estão mais lá", afirmou. "Temos visto mais atividade rebelde na fronteira, ou seja, os vemos se transferindo para a Colômbia."
Santos elogiou a Venezuela por entregar na segunda-feira dois guerrilheiros ligados a outros grupos e acusados de matar dois soldados da Marinha e então fugirem da Colômbia.
No sábado, Santos e Chávez realizaram sua terceira reunião bilateral, numa tentativa de restaurar o fluxo comercial que chegou a alcançar 7 bilhões de dólares antes de praticamente parar por causa da crise política.
Em duas ocasiões, Chávez mobilizou tropas na fronteira, dizendo estar defendendo a Venezuela da ameaça de uma invasão apoiada pelos EUA.