Conflitos no Oriente Médio

Otan segue dividida sobre comando de operação na Líbia

A Otan novamente não conseguiu chegar a um acordo nesta quarta-feira, 23, sobre se assume o comando das operações militares contra as forças do líder líbio, Muammar Gaddafi, atualmente a cargo dos Estados Unidos, principalmente por causa das reservas da Turquia, disseram diplomatas.

Depois que embaixadores da Organização do Tratado do Atlântico Norte, formada por 28 países, encerraram o terceiro dia de discussões em Bruxelas sem chegar a um acordo, um alto diplomata na Otan disse: "Nenhuma decisão sobre coisa alguma."

A Turquia, um aliado muçulmano, declarou não querer que a Otan assuma a responsabilidade por operações ofensivas que possam causar vítimas entre os civis, ou que seja encarregada de pôr em prática o mandado concedido pela ONU para a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia enquanto, ao mesmo tempo, forças da coalizão estiverem bombardeando as forças do governo líbio.

"Seria impossível para nós compartilhar a responsabilidade por uma operação que algumas autoridades descreveram como uma 'cruzada'", disse a repórteres o ministro de Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, em Ancara.

Esse termo foi usado pelo primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, e pelo próprio Gaddafi.

Depois de quatro noites de ataques aéreos, Gaddafi continua resistindo e prometendo que as potências ocidentais envolvidas na ação militar na Líbia "terminarão na lixeira da história".

Divisões

EUA, Grã-Bretanha e França concordaram na terça-feira que a aliança deveria ter um papel-chave operacional, mas é necessário haver a concordância de todos os 28 Estados, só que eles também estão divididos sobre se a Otan deveria exercer controle político.

A Turquia alega que a campanha aérea já foi além do estabelecido pela resolução aprovada na semana passada pelo Conselho de Segurança da ONU.

No entanto, o brigadeiro Pierre Saint-Amand, da área militar da Otan, disse que a Turquia está enviando cinco navios de guerra e um submarino para integrar uma operação separada da Otan perto da costa da Líbia, para garantir a imposição do embargo de armas da ONU.

A França, que se uniu aos EUA e Grã-Bretanha na campanha aérea, argumenta que ter a Otan, que é comandada pelos EUA, encarregada das operações iria resultar na erosão do apoio árabe por causa da impopularidade da aliança atlântica no mundo árabe.

O chanceler francês, Alain Juppé, disse que representantes dos países que participam da operação realizarão uma reunião em Londres na terça-feira, 29, com a União Africana, a Liga Árabe e alguns países europeus.

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