Usina Hidrelétrica de Jirau

Incêndio em usina deixa 10 mil desalojados em Porto Velho

Cerca de 10 mil funcionários da Usina Hidrelétrica de Jirau estão desabrigados por causa do incêndio provocado em seus alojamentos no canteiro de obras da empresa em Porto Velho (RO). Sem ter para onde ir, os empregados estão espalhados pelas ruas da capital rondoniense,  preocupação para a Secretaria de Segurança de Rondônia.

De acordo com o assessor da Secretaria de Segurança, Santiago Roa Junior, os problemas recentes envolvendo os trabalhadores e a empresa Camargo Corrêa, deixaram a população local temerosa de que a violência se estenda às ruas de Porto Velho, mesmo após a chegada de integrantes da Força Nacional.

“O clima está tenso mesmo após a chegada da Força Nacional, com esses funcionários perambulando pelas ruas da cidade. Isso pode representar um risco para a população, ainda que os problemas tenham sido causados por uma minoria”, disse Santiago.

Segundo o assessor da Secretaria de Segurança, a construtora garantiu que até o domingo, 20, irá enviar boa parte desses funcionários para suas cidades de origem.

Santiago disse que não há registro de conflitos desde a chegada da Força Nacional. Até a manhã da quinta-feira, 17, 31 pessoas já haviam sido presas, 12 em flagrante delito. “Pedimos o reforço de 600 policiais [à Força Nacional]. Ontem chegaram 90, e a previsão é de que amanhã cheguem mais 150”, informou.

Os protestos dos trabalhadores da usina começaram terça-feira, 15, após uma briga entre um motorista de ônibus e um dos operários. Veículos foram incendiados e algumas instalações do canteiro de obras foram depredadas. Praticamente todos alojamentos foram incendiados e um caixa de banco eletrônico foi saqueado. As obras da usina foram suspensas por tempo indeterminado pela empreiteira.

Nesta sexta-feira, 18, a Força Sindical divulgou uma nota propondo a formação de uma comissão – constituída por representantes do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, das centrais sindicais e dos sindicatos – para visitar as obras e verificar "a grave situação relatada pelos trabalhadores".

Segundo a nota, o presidente da entidade e deputado federal, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), entrará com requerimento na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados cobrando providências e explicações da Camargo Corrêa e do consórcio de empresas sobre “a situação de trabalho degradante envolvendo os operários das obras”. Uma frente parlamentar também deverá ser constituída para uma ampla vistoria no canteiro de obras da usina.

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