A Sala de imprensa da Santa Sé antecipou nesta quarta-feira, 2, alguns trechos da segunda parte do livro do Papa Bento XVI dedicado a Jesus de Nazaré. A obra, que será apresentada na próxima quinta-feira, 10, retoma a narração da vida de Cristo a partir da primeira parte, lançada em 2007.
No livro “Jesus de Nazaré”, o Santo Padre apresenta a morte de Cristo como reconciliação (expiação) e cura, e evoca a natureza e o significado histórico da ressurreição.
O Pontífice se adentra também numa análise bíblica e teológica para explicar o motivo pelo qual não tem fundamento a afirmação de que os judeus foram responsáveis pela morte de Jesus. Bento XVI comenta um trecho de João que define os judeus como os acusadores de Cristo, mas afirma que o evangelista não se refere ao povo de Israel em geral, e menos ainda, lhe atribui um caráter “racista”.
Repudiar o conceito de culpa coletiva não é uma novidade para a Igreja Católica, que já o havia feito no Concílio Vaticano II em 1965.
Acredita-se, contudo, que seja a primeira vez que um Papa faça uma análise tão detalhada e uma comparação entre os vários relatos do Novo Testamento sobre a condenação de Jesus à morte,
O fato foi definido como “um momento histórico” pela Liga Anti-difamação, ONG americana que combate o antissemitismo. Em outra reação, Elan Steinberg, vice-presidente da Reunião Americana de Sobreviventes do Holocausto e de seus Descendentes, saudou a análise do Papa como “um importante avanço. É o repúdio pessoal ao fundamento teológico de séculos de antissemitismo” – declarou.
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