Brisbane, terceira maior cidade da Austrália, começou na sexta-feira, 14, a limpar a lama e os destroços deixados por uma das piores inundações na história do país, mas técnicos disseram que levarão até seis meses para retirar a água das minas de carvão da região.
Muitos subúrbios de Brisbane continuam tomados pela inundação, que começou em dezembro e afetou uma área do tamanho da África do Sul, no Estado de Queensland (nordeste australiano). As chuvas deixaram 20 mortos e 53 desaparecidos, afetando 86 localidades.
A primeira-ministra de Queensland, Anna Bligh, diz que Brisbane está parecendo uma "zona de guerra", e que no interior do Estado as vítimas passaram por um "terror". "Ainda estamos resgatando pessoas, ainda estamos retirando pessoas, então estamos bem no meio da reação emergencial", disse ela.
Colchões encharcados, roupas enlameadas e equipamentos elétricos danificados pela água se amontoam em frente às casas no bairro de Toowong, em Brisbane, uma cidade de 2 milhões de habitantes.
"Perdemos tudo. Tenho minha carreta de trabalho, minha moto, o carro da minha mulher e a roupa que estou vestindo", disse o construtor Steven Harrison, cuja casa de madeira ficou sob um metro e meio de água.
Moradores usam bombas para remover a água, e mangueiras para tentar dissolver a lama dos pisos, evitando que ela resseque sob o sol forte, que voltou a brilhar desde quinta-feira, 13. Centenas de voluntários ajudam na operação.
As chuvas danificaram estações de tratamento de esgoto, fazendo com que o rio Brisbane levasse água contaminada para a cidade.
"Precisamos nos preparar. Quando isso baixar, e está baixando bem rapidamente, vai cheirar mal, um fedor insuportável", disse Bligh. "Queremos esta lama fora da nossa cidade o mais rapidamente possível agora, é uma grande questão de saúde pública."
As inundações em Queensland praticamente paralisaram o setor minerador, que abastece siderúrgicas da Ásia com carvão. Mais de 40 minas estão paradas, e muitas passarão semanas retirando as águas dos seus canteiros.
A Austrália é responsável por quase dois terços da exportação mundial de carvão coque, e 90 por cento sai de Queensland. A redução das exportações elevou em quase um terço o preço do carvão no mercado mundial.
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