Celebrada em São Luís do Paraitinga, interior de São Paulo, uma Missa em ação de graças pela recuperação de 16 imagens sacras. Elas foram danificadas pelas enchentes do rio que corta a cidade.
A celebração foi no local onde ficava a Igreja Matriz da cidade, que no dia 4 de janeiro não suportou a enxurrada e ruiu.
Assista à reportagem
4 de janeiro de 2010. São Luís do Paraitinga não vai se esquecer tão fácil desse dia. Chuvas fortes provocaram inúmeros prejuizos e deixaram milhares de pessoas desabrigadas pelo município. A igreja matriz não resistiu. Desmoronou. Um momento de angústia para os moradores da cidade.
Muitas imagens sacras também ficaram muito danificadas, a de nossa Senhora das mercês, feita de cerâmica. Foram retiradas 598 peças sacras de toneladas de lama e tijolo.
Cerca de 313 mil tijolos foram retirados dos escombros, mas passo a passo, tijolo a tijolo, aos poucos a fé reconstrói tudo aquilo que as águas da chuva levaram ainda no começo desse ano.
A estrutura de ferro ocupa agora um espaço virtual de onde surgirá a nova igreja. Não tão virtual assim. O local foi retomado neste final de semana pelos fiéis, como se retomassem as origens.
Mas muita coisa já começa a mudar. Dezesseis imagens sacras foram inteiramente recuperadas e trouxeram de volta a esperança do recomeço.
"Parecia que os pedacinhos que eles achavam por aí, eram pequenos sacramentos, tamanho valor que davam. E isso está tudo guardado. De modo que agora é recompor tudo", destaca o bispo de Taubaté (SP), Dom Carmo Rhoden.
Mas ainda há muito o que se fazer. Eurico Alves de Alvarenga é pedreiro. Na época da enchente estava desempregado, mesmo assim se ofereceu como voluntário para trabalhar na reconstrução da capela das mercês que também foi destruida pelas águas da chuva.
Ele arranjou trabalho, e hoje mais do que nunca, está confiante na reconstrução de tudo o que permanece destruído na cidade.
Pode ser que a construção da nova igreja não traga de volta o mesmo sentimento de antes, acredita a psicóloga Ana Silvia Carvalho Ferreira. "É outro sentimento. Inclusive acho que vamos ter que aprender a lidar com isso. daqui pra frente, que vai ser outra igreja, outra história. Não é mais a mesma", disse.
O fato, é que o dia 4 de janeiro ficou para trás. Os tijolos, empilhados ao redor, agora simbolizam mais do que a reconstrução da Igreja. Eles simbolizam a volta da alegria.
Leia mais
.: Reconstrução de São Luiz do Paraitinga já dura nove meses
.: Após chuvas, moradores ajudam a reconstruir São Luiz do Paraitinga
.: Primeira Missa em São Luiz do Paraitinga é celebrada após tragédia
.: Governo anuncia medidas para reconstrução de São Luiz do Paraitinga
Siga o Canção Nova Notícias no twitter.com/cnnoticias
Conteúdo acessível também pelo iPhone – iphone.cancaonova.com