Recomeço

Reconstrução de São Luiz do Paraitinga já dura nove meses

A tragédia da chuva do início do ano causou destruição e deixou em muita gente lembranças irreversíveis. Em São Luiz do Paraitinga (SP), uma das cidades mais atingidas pela força das águas, a população tenta, mesmo depois de nove meses, encontrar, aos poucos, alternativas para recomeçar.

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Na parede dessa casa foi colado um jornal com a palavra que há nove meses ecoa pelas ruas de São Luiz do Paraitinga. O informativo “Reconstrução” foi criado logo depois da enchente que destruiu a cidade e mudou a vida de seus moradores.

Desde então reconstruir tem sido o único desejo de Dona Sindrona e sua irmã Salete. As duas perderam tudo com força da água e foram trazidas para essa casa junto com mais oito pessoas. O improviso do lar e as dificuldades são vencidos com uma força que impressiona. A solidariedade vinda de fora e a fé foi o que ajudou a manter a esperança da família.

As duas aguardam a liberação da casa nova construída pela prefeitura com ajuda de órgãos privados. Enquanto o recomeço não vem, o que resta no dia a dia das duas são as lembranças das perdas.

A tragédia do início do ano não fez vítimas fatais. Mas direta ou indiretamente, todos os moradores da cidade sofreram as consequências da força da água. Ao menos, 600 casas foram interditadas, deixando 2.500 moradores desabrigados e 100 pessoas totalmente desalojadas.

E a tragédia deixou marcas também na história da cidade. Aqui na praça principal, ao menos metade dos prédios tombados pelo patrimônio histórico, sofreu algum tipo de dano. Mas com certeza, a ferida mais profunda que cidade carrega da maior enchente da sua história, foi a destruição da Igreja Matriz, construída no século XIX.     

As imagens da destruição do centro de São Luiz e da Igreja correram o mundo. Depois que a água voltou ao nível normal, sobraram lixo, escombros e lama nas calçadas. O responsável pela Igreja, padre Edson Carlos Alves, lembra que a queda da torre da Igreja foi um momento desesperador.

"A Casa de Deus estava em pé. Mas depois que a Casa caiu, que a Igreja foi para o chão, aí perdeu-se a referência. E todo mundo entrou em pânico", recorda o sacerdote.

Aos poucos a população reconstrói os anos de trabalho perdido. Nessa pousada a água atingiu o teto do segundo andar, os hóspedes tiveram que ser retirados pelas sacadas. E até hoje os donos contabilizam os prejuízos.

Para Sueli, pior que a perda material foi ver o estado que a cidade ficou após a enchente. "Do alto do morro onde eu estava, eu olhei a cidade, e a impressão era de que alguém da família tinha morrido", destaca.

Pela cidade algumas obras estão sendo realizadas para evitar que uma nova enchente cause mais estragos. E enquanto houver a opção do recomeço a população pode contar com uma ajuda que, assim como a chuva, também vem do céu.

"O povo é muito católico. Isso fez com que o povo se tornasse, cada vez mais, firme na fé", disse padre Edson.

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