A orientação foi dada aos bispos do Regional Nordeste 3, recebidos em audiência pelo Pontífice na manhã desta sexta-feira, 10, como parte da visita ad Limina. O encontro aconteceu na Sala dos Suíços do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo. Ao longo dos últimos dias, os prelados vinham sendo recebidos pelo Santo Padre em audiências separadas.
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.: Discurso de Bento XVI aos Bispos do Regional Nordeste 3
Bento XVI ressaltou que, apesar de a fé católica moldar o coração e espírito brasileiros, se observa a cada vez maior influência de novos elementos na sociedade, como o relativismo moral e intelectual na vida das pessoas.
"Isso provoca um consistente abandono de muitos católicos da vida eclesial ou mesmo da Igreja, enquanto no panorama religioso do Brasil, assiste-se à rápida expansão de comunidades evangélicas e neo-pentecostais", indicou.
O Bispo de Roma enfatizou que "os batizados não suficientemente evangelizados são facilmente influenciáveis, pois possuem uma fé fragilizada e muitas vezes baseada num devocionismo ingênuo, embora, como disse, conservem uma religiosidade inata".
Nesse sentido, "faz-se mais imperioso, da parte dos pastores católicos, o compromisso de estabelecer pontes de contato através de um sadio diálogo ecumênico na verdade", aconselhou.
Ecumenismo e unidade
O Papa disse que a falta de unidade entre os cristãos é um escândalo. No entanto, advertiu que é preciso rejeitar uma visão errônea de ecumenismo, "que induz a um certo indiferentismo doutrinal que procura nivelar, num irenismo acrítico, todas as 'opiniões' numa espécie de relativismo eclesiológico".
Entre as pontes de contato estabelecidas com outras denominações cristãs, o Papa incentivou os "passos positivos nesta direção", citando o diálogo com as igrejas e comunidades eclesiais integrantes do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (Conic), em especial as iniciativas como a Campanha da Fraternidade Ecumênica, que "ajudam a promover os valores do Evangelho na sociedade brasileira".
Lembrando o Decreto do Unitatis redintegratio, do Concílio Vaticano II, enfatizou que "o diálogo entre os cristãos é um imperativo do tempo presente e uma opção irreversível da Igreja", e finalizou: "É o Senhor quem doa a unidade, esta não é uma criação dos homens".
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