Israel pretende completar na quarta-feira a deportação de todos os ativistas detidos na abordagem a uma frota que pretendia levar mantimentos à Faixa de Gaza, e reiterou sua intenção de conter qualquer outra embarcação que tente furar o bloqueio à região.
Em meio ao ultraje internacional pela morte de nove ativistas no incidente marítimo, o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, visitou soldados envolvidos na ação e disse a eles: "Vim em nome do governo israelense dizer obrigado."
Israel alega que seus soldados agiram em legítima defesa, por terem sido agredidos com canos e facas pelos ativistas quando desciam de helicóptero no navio turco Mavi Marmara, na madrugada de segunda-feira.
A frota de ativistas tentava furar o bloqueio que Israel impõe aos 1,5 milhão de habitantes da Faixa de Gaza, o que é uma forma de pressão contra o governo do grupo islâmico Hamas.
Israel inicialmente ameaçou processar alguns ativistas, mas depois anunciou a expulsão de todos os 682 ativistas de mais de 35 países, que estavam a bordo dos seis navios da frota.
Até as 12h de quarta-feira (hora local; 6h em Brasília), cerca de 200 ativistas tinham sido transferidos de um centro de detenção para o aeroporto Ben-Gurion, nos arredores de Tel Aviv, segundo um porta-voz carcerário. Outros 123 foram levados por terra para a Jordânia.
Os ativistas restantes devem ser liberados ao longo do dia, segundo esse porta-voz. Todos são mantidos incomunicáveis pelas autoridades israelenses.
Apesar de analistas terem apontado falhas táticas na operação, Barak elogiou a atuação dos soldados sob circunstâncias tão complicadas.
Com aval dos EUA, o Conselho de Segurança da ONU pediu uma investigação imparcial das mortes na frota humanitária, cujas embarcações e ativistas eram majoritariamente turcos.
Especula-se em Israel que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu irá nomear uma comissão judicial para determinar se os militares erraram ao não levarem em conta a resistência que os ativistas ofereceriam no Mavi Marmara.
Outra tentativa de furar o bloqueio israelense vem se aproximando: o navio MV Rachel Corrie (batizado em homenagem a uma ativista norte-americana morta em 2003 na Faixa de Gaza) zarpou na segunda-feira de Malta com direção ao território palestino.
Ele leva 15 ativistas, inclusive a norte-irlandesa Mairead Corrigan, Prêmio Nobel da Paz de 1976. O tripulante Derek Graham disse à emissora pública irlandesa RTE que a embarcação deve chegar entre a noite de sexta-feira e a manhã de sábado ao ponto onde aconteceu o incidente de segunda-feira.
Questionado sobre qual será a reação de Israel, Tzachi Hanegbi, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento, disse: "Não podemos deixar que eles borrem a linha vermelha que Israel estabeleceu. Deixar que eles entrem para ajudar o Hamas não é uma opção."
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