A Prefeitura de São Paulo divulgou nesta segunda-feira, 31, um censo atualizado sobre o número de moradores de rua na capital paulista. Os dados mostram que em seis anos mais de três mil pessoas passaram a morar nas ruas da maior cidade do Brasil.
Em 2003, de acordo com o levantamento realizado pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas da USP), o número de moradores de rua era de 10.399; os dados coletados no censo realizado no fim de 2009 e divulgado ontem mostram que há 13.666 moradores de rua, um aumento de 31% em relação ao levantamento realizado entre 2000 e 2003.
Os homens representam 86% da população que vive nas ruas da capital e possuem em média 40 anos. A grande maioria (74%) declara utilizar: álcool ou drogas.
Outro dado preocupante é que quase a metade dessa população não possui qualquer documento, CPF, título de eleitor e carteira de trabalho.
O censo mostra ainda que a maioria já dormiu em albergue (79%), porém quase todos dormiram na rua, antes de pernoitar pela primeira vez em um albergue. Porém, o logradouro público é o espaço em que cerca de 95% costumam dormir. Apenas 3,8% costumam dormir em albergue.
Para o coordenador da Pastoral do Povo da Rua, padre Júlio Lancelotti, o aumento já era esperado e afirma que os moradores de rua precisam de respostas diferenciadas. ”Basta andar nas ruas pra ver que aumentou; até hoje não temos uma resposta clara para tirar essas pessoas das ruas”, destacou.
Segundo ele, a população que vive nas ruas é heterogênea. ”Hoje existe pessoas idosas na ruas e que precisam de cuidados com saúde, tem muitos jovens que são vitimas do consumo de drogas, como por exemplo o crack, e que portanto necessitam de tratamento. O religioso defende políticas públicas de moradia popular. Quantas pessoas que vivem nas ruas não podiam ter sua própria casa e trabalhar? O albergue não pode ser uma única resposta”, conclui.
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