"A alegria, que nos vem de Cristo, é diferente. Essa também nos dá contentamento, mas pode sem dúvida coexistir com o sofrimento. […] Quem ama está pronto a sofrer pelo amado e por causa do seu amor, e precisamente por isso experimenta uma alegria mais profunda".

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É o que Bento XVI afirmou na homilia da Santa Missa Crismal, celebrada na Basílica de São Pedro nesta quinta-feira, 1º, às 9h30min (em Roma – 4h30min em Brasília), bem como em todas as Igrejas Catedrais do mundo.

O Papa explicou que a alegria do cristão permite sofrer e, ao mesmo tempo, permanecer também intimamente feliz. Por outro lado, o Pontífice ressaltou que é bem diferente a alegria exterior ou o divertimento desejados pela sociedade moderna.

"É bom poder rir. Mas, o divertimento não é tudo. É somente uma pequena parte da nossa vida; e, quando pretende ser tudo, torna-se uma máscara por detrás da qual se esconde o desespero ou pelo menos a dúvida acerca da vida, se realmente é boa ou se não seria melhor não existir", explicou.

E como descobrir qual é essa alegria mais profunda? Bento XVI responde: "O Espírito Santo é a alegria que vem de Deus. A alegria é fruto do amor. Porque conhecemos Cristo e, em Cristo, Deus, sabemos que é bom ser homem. É bom viver, porque somos amados".

A Missa foi concelabrada com os Cardeais, Bispos e presbíteros – diocesanos e religiosos – presentes em Roma. Ao longo da Celebração Eucarística, após a renovação das promessas sacerdotais, foram abençoados os óleos dos Catecúmenos, dos Enfermos e do Crisma.

Sacramentos

O Santo Padre delineou uma clara explicação sobre o Sacramento, centro do culto da Igreja, e que "significa que o primeiro a intervir não somos nós, os homens, mas Deus, que primeiro vem ao nosso encontro com o seu agir, olha-nos e nos conduz até junto de si".

O Papa ensinou que quatro elementos da criação constituem o universo dos Sacramentos – a água, o pão de trigo, o vinho e o óleo. A água como elemento básico e condição fundamental de toda a vida; o pão como dom fundamental da vida de todos os dias; o vinho como expressão da alegria dos redimidos e o óleo como sinal de pertencimento a Cristo, o Ungido de Deus.

Ao destacar que a Missa Crismal fala de modo particular aos sacerdotes, a quem Deus ungiu como participantes no sacerdócio de Cristo, Bento XVI salientou:

"A unção para o sacerdócio significa sempre também a missão de levar a misericórdia de Deus aos homens. Na lâmpada da nossa vida, não deveria jamais faltar o óleo da misericórdia. Não nos cansemos de procurá-lo a tempo junto do Senhor – no encontro com a sua Palavra, recebendo os Sacramentos, demorando-nos em oração junto dele".

Por fim, o Papa indicou que os cristão devem ser pessoas de paz, "que reconhecem e vivem o mistério da Cruz como mistério da reconciliação. Cristo não vence com a espada, mas por meio da Cruz. Vence superando o ódio. Vence em virtude daquele amor maior que é o seu".

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