A onda de protestos que tomou conta da Venezuela desde o último domingo, 24, quando o governo do presidente Hugo Chávez suspendeu o sinal da emissora de televisão RCTV, provocou a morte de um estudante de 15 anos. O jovem participava de uma manifestação pró-governo no estado de Mérida e teria morrido ao ser atingido por disparo. A informação foi confirmada pelo ministro do Interior, Tareck El Aissami.
Houve manifestações em todo o país – da capital Caracas a outras regiões. Os policiais tentaram conter os protestos com bombas de gás lacrimogênio, disparos de balas de borracha e uso da força. Os manifestantes reagiram, lançando garrafas e pedras. Na cidade de Mérida, capital do estado de mesmo nome, além do estudante cuja morte foi anunciada pelo governo, nove policiais também teriam ficado feridos.
Os protestos teriam sido provocados pela suspensão dos sinais de emissoras de TV, uma delas a RCTV, considerada bastante popular no país. A suspensão do sinal da RCTV ocorreu pela segunda vez em menos de três anos. Oficialmente, as autoridades do governo alegam que a emissora e outras cinco empresas de televisão não cumpriam as normas que regem a programação. Porém, a punição teria ocorrido, segundo diretores das redes de TV, porque as emissoras não transmitiram a íntegra do discurso de Chávez.
Ontem, 25, o ministro de Obras Públicas e diretor-geral da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) – organismo que fiscaliza os meios de comunicação em exercício na Venezuela -, Diosdado Cabellos, afirmou que essas emissoras serão submetidas a avaliação a cada quatro meses para verificar se cumprem as regras da Lei de Responsabilidade Social de Rádio e Televisão.
Segundo Cabellos, os canais que tiveram seus sinais suspensos poderão voltar ao ar se cumprirem as condições oficiais. Uma das determinações é manter 12% da programação destinada à produção venezuelana.
Em 2007, o governo Chávez não renovou a concessão da RCTV. Desde então, a emissora transmite sua programação por Miami (Estados Unidos). Para autoridades do governo venezuelano, a rede internacional de TV atuou em favor da tentativa de golpe de Estado contra Chávez em abril de 2002.
Nessa segunda-feira, representantes dos jornalistas e universitários promoveram várias manifestações por todo o país. Uma delas ocorreu em frente à Conatel para protestar contra a medida, classificada por eles como "um atentado à liberdade, especialmente à de expressão".
Siga o Canção Nova Notícias no twitter.com/cnnoticias
Conteúdo acessível também pelo iPhone – iphone.cancaonova.com