Cinco capitais brasileiras já participam da Campanha de incentivo ao Diagnóstico Precoce de HIV e Sífilis.
Agora, a parceria entre a Pastoral de DST/Aids, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Ministério da Saúde chega a São Paulo.
A capital paulistana se soma a Porto Alegre (RS), João Pessoa (PB), Fortaleza (CE), Manaus (AM) e Curitiba (PR), cidades em que o projeto já existe, em caráter piloto, desde novembro do ano passado.
A Campanha funciona em duas frentes: a conscientização e os exames clínicos.
"A Igreja esclarece, informa a população sobre a epidemia e incentiva as pessoas a procurar os serviços de saúde para a testagem. Já esses serviços estão preparados para acolher, acompanhar e testar gratuita e sigilosamente", explica o assessor nacional da Pastoral, Frei Luís Carlos Lunardi.
Quem não apresenta contaminação pelo vírus é orientado a continuar com os cuidados necessários, enquanto os soropositivos recebem o acompanhamento apropriado.
São centenas de agentes de pastoral da Criança, DST/Aids e da Saúde envolvidos. Eles recebem capacitação para atuar como agentes multiplicadores da campanha em suas comunidades. As orientações também são veiculadas nas Missas, encontros comunitários e meios de comunicação da Igreja.
Antecipar tratamento
De acordo com o diretor adjunto do Departamento de DST/Aids do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa, a maior parte dos infectados pelo vírus sabe do problema tardiamente.
"Cerca de 47% dos brasileiros diagnosticados com HIV descobriram a doença quando já apresentavam deficiência imunológica", explica.
Com a descoberta precoce, as chances de um tratamento mais eficaz aumentam consideravelmente. "Pode-se evitar doenças oportunistas e óbitos, além de garantir melhor qualidade de vida", destaca Frei Lunardi.
Além disso, ser portador do vírus hoje é bastante diferente do que era há 10 anos, por exemplo. Se todas as etapas do tratamento são cumpridas corretamente, é possível viver bem por tempo indeterminado e com boas condições de vida.
Pastoral de DST/Aids
A Pastoral já existe em 152 dioceses e conta com agentes sensibilizados e capacitados para prevenção e acompanhamento.
Há centenas de casas de passagem e centros de convivência, em que as pessoas são acolhidas sem discriminação e preconceito, acompanhadas e orientadas juntamente com seus familiares.
"A Pastoral colabora para o desenvolvimento de uma mística e espiritualidade, tanto para as pessoas que vivem com HIV quanto para os profissionais de saúde, o que reflete em um serviço mais humanizado", indica o secretário-executivo nacional da Pastoral, Frei José Bernardi.
Outras reivindicações da Pastoral são o cumprimento da legislação, que prevê a distribuição gratuita dos medicamentos e acompanhamento sistemático das pessoas infectadas, e políticas públicas que possibilitem emprego e renda, moradia e alimentação dignas.