Ao final da celebração eucarística deste Domingo de Páscoa, do balcão central da Basílica de S. Pedro, Bento XVI concedeu a tradicional bênção "Urbi et Orbi" (à cidade de Roma e ao mundo inteiro).
Na mensagem que precedeu a bênção, o papa formulou os votos de feliz Páscoa com as palavras de Santo Agostinho: "Resurrectio Domini, spes nostra – a ressurreição do Senhor é a nossa esperança".
.: Íntegra da mensagem Urbi et Orbi
.: Fotos do Papa durante a Benção
Com efeito, uma das questões que mais angustia a existência do homem é precisamente esta: o que há depois da morte? A Páscoa, afirmou o pontífice, permite-nos responder que a morte não tem a última palavra, porque no fim quem triunfa é a Vida. E esta nossa certeza não se funda sobre simples raciocínios humanos, mas sobre um dado histórico de fé: Jesus Cristo, crucificado e sepultado, ressuscitou com o seu corpo glorioso.
Desde a alvorada de Páscoa, uma nova primavera de esperança invade o mundo; Jesus ressuscitou, não para que a sua memória permaneça viva no coração dos seus discípulos, mas para que Ele mesmo viva em nós.
A ressurreição, portanto, não é uma teoria, mas uma realidade histórica revelada pelo Homem Jesus Cristo por meio da sua 'páscoa'. Não é um mito nem um sonho, não é uma visão nem uma utopia, não é uma fábula, mas um acontecimento único e irrepetível.
O anúncio da ressurreição do Senhor ilumina as zonas escuras do mundo em que vivemos. Refiro-me de modo particular ao materialismo e ao niilismo, àquela visão do mundo que não sabe transcender o que é experimentalmente constatável e refugia-se desconsolada num sentimento de que o nada seria a meta definitiva da existência humana.
Se a morte já não tem poder sobre o homem e sobre o mundo, todavia restam ainda muitos, demasiados sinais do seu antigo domínio. Se, por meio da Páscoa, Cristo extirpou a raiz do mal, todavia precisa de homens e mulheres que, em todo o tempo e lugar, O ajudem a consolidar a sua vitória com as Suas mesmas armas: as armas da justiça e da verdade, da misericórdia, do perdão e do amor.
Então o pontífice recordou sua recente viagem à África, continente, disse, que sofre desmedidamente com os cruéis e infindáveis conflitos que dilaceram e ensangüentam várias das suas nações e com o número crescente dos seus filhos e filhas que acabam vítimas da fome, da pobreza, da doença.
"A mesma mensagem repetirei com vigor na Terra Santa, onde terei a alegria de me deslocar daqui a algumas semanas. A reconciliação difícil, mas indispensável, que é premissa para um futuro de segurança comum e de pacífica convivência, não poderá tornar-se realidade senão graças aos esforços incessantes, perseverantes e sinceros em prol da composição do conflito entre israelenses e palestinos."
Da Terra Santa, o olhar estende-se depois para os países limítrofes, para o Médio Oriente, para o mundo inteiro. "Num tempo de global escassez de alimento, de desordem financeira, de antigas e novas pobrezas, de preocupantes alterações climáticas, de violências e miséria que constringem muitos a deixar a própria terra à procura de uma sobrevivência menos incerta, de terrorismo sempre ameaçador, de temores crescentes perante a incerteza do amanhã, é urgente descobrir perspectivas capazes de devolverem a esperança."
A ressurreição de Cristo é a nossa esperança! – concluiu Bento XVI. "É isto que a Igreja proclama hoje com alegria. (…) A Ele, Rei vitorioso, a Ele crucificado e ressuscitado, gritamos com alegria o nosso Aleluia!"
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