A conferência de estudos sobre o Papa Pio XII e o Holocausto teve início neste domingo, 8, em Jerusalém, e termina nesta segunda, 9. O encontro, que se realiza 50 anos após o falecimento do Papa Eugenio Pacelli, é promovido pelo Instituto Internacional de Pesquisa do Holocausto de Yad Vashem e o Instituto Teológico Salesiano (Studium Theologicum Salesianum).
Entre os temas em debate estão o período precedente ao papado de Pio XII, as relações com os bispos alemães, Pio XII e o holocausto, a situação na Itália durante o período do holocausto e o desdobramentos.
O encontro se realiza no Memorial do Holocausto Yad Vashem, a ser visitado pelo Papa Bento XVI em 11 de maio, quando participará de uma cerimônia em recordação das vítimas da Shoah (Holocausto). A sessão inaugural foi aberta pelo presidente do Comitê Diretivo do Yad Vashem, Avner Shalev, e pelo Núncio Apostólico em Israel, Arcebispo Dom Antonio Franco. Shalev assegurou que o holocausto é um tema inesgotável, a ser transmitido de geração em geração.
Dom Antonio Franco afirmou que a Igreja Católica é a melhar parceira e aliada do Instituto Yad Vashem, pois preserva a memória do Holocausto e seus ensinamentos. Pesquisadores católicos e judeus – disse ele – decidiram empreender um diálogo e não um confronto. “Yad Vashem e a Santa Sé não podem ser antagonistas!”, exclamou o Núncio.
O chefe de Estado israelense, Shimon Peres, a partir do anúncio feito pelo Papa sobre a viagem à Terra Santa, declarou que a visita do Santo Padre "será um evento de importância fundamental, pois inspira um clima de paz e esperança".
Em relação ao episódio da revogação da excomunhão aos bispos lefevrianos, Dom Franco assinalou que "não é possível ser católico e negar a Shoah e não pode haver dúvidas sobre esta questão", e lamentou "os tristes momentos nas relações entre o Vaticano e o mundo judaico" que se registraram nos últimos meses.
O Núncio Apostólico recomendou aos pesquisadores utilizarem um método mais amplo, que não se baseie exclusivamente em documentos de arquivo, mas também em testemunhos da época e na realidade dos fatos. Antes de abrir oficialmente o encontro, Dom Franco afirmou que quando seu mandato como núncio terminar, previsto para três anos, dedicará seu tempo a aprofundar o estudo sobre a Shoah.
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