Comunicação Social

Seminário em Roma reúne jornalistas do mundo

Um seminário organizado pela Faculdade de Comunicação da Pontifícia Universidade da Santa Cruz (PUSC) de Roma reuniu jornalistas do mundo inteiro. Durante o seminário, os especialistas abordaram de diferentes perspectivas como transmitir a mensagem da Igreja, no contexto das relações internacionais, do âmbito científico, bioético, etc.

Sobre a identidade da Igreja e a "comunicabilidade" dessa essência, o sacerdote e professor de Eclesiologia da PUSC, professor Philip Goyret, explicou que "a Igreja é um movimento do amor de Deus ao homem, e que, portanto, sua constituição, sua doutrina e seus sacramentos são um dom que não podem ser mudados".

Com relação ao pontificado de Bento XVI, explicou o Penitenciário Maior, Cardeal James Francis Stafford, o núcleo de seu pensamento, teologia e ação pastoral "é o amor".

Santa Sé como mediadora

O embaixador do Reino Unido na Santa Sé, o irlandês Francis Campbell, explicou que a Santa Sé desempenha, como mediadora internacional, um papel muito importante não só desde o ponto de vista religioso, mas desempenha também um trabalho muito importante no debate intelectual e moral global, representando um dos foros de opinião mais significativos no âmbito mundial: "A Santa Sé é uma força mundial com grande influência, uma atividade diplomática global e um corpo diplomático altamente respeitado".

Entre os temas nos quais a Santa Sé tem voz, Campbell destacou a paz, os debates éticos, o desenvolvimento dos países pobres e o meio ambiente, entre outros. "A Santa Sé, uma das organizações mais antigas e talvez uma das mais complexas, trabalha muitas vezes às escondidas para prevenir ou acabar com os conflitos, e interveio em muitas discussões no âmbito mundial, sobre a pena de morte, o desarmamento, as migrações e o tráfico de pessoas, por exemplo".

Segundo Campbell, o papel da Santa Sé foi fundamental para a proibição das bombas cluster na conferência de Dublin, no mês de maio passado.

No mesmo sentido, Dom Anthony Frontiero, do Conselho Pontifício Justiça e Paz, afirmou que a Igreja deve ter mais voz e mais valor para expressá-la: "A Igreja, comentou, é uma especialista em humanidade, e este papel é reconhecido no âmbito internacional".

Com relação à postura com a qual se deve receber o ensinamento da Igreja, Dom Frontiero explicou que, ainda que não exista consenso sobre o que se entende por lei natural, a Igreja sempre é escutada e respeitada.

Por isso, acrescentou, é necessário que a Igreja «possa expressar suas próprias opiniões como qualquer outra realidade nos foros internacionais. Por que deveria se calar quando todos os demais têm a possibilidade de expressar-se?», perguntou.

Ciência e fé

Um dos obstáculos que a Igreja encontra ainda hoje para fazer-se ouvir é a pretensa rejeição da ciência e do científico, argumento sobre o qual giram muitas das notícias sobre a Igreja nos meios de comunicação.

"O que a Igreja não aceita não é a ciência ou uma teoria científica em si, mas um uso particular das possibilidades tecnológicas se este for contrário à dignidade humana", falou o sacerdote Rafael Martínez, professor de Filosofia da Ciência na Pontifícia Universidade da Santa Cruz.

"Isso não significa que a Igreja seja contrária à ciência, mas que algumas de suas aplicações, como a contracepção, não são conformes os seus ensinamentos", acrescentou.

Por isso, explicou, é fundamental para um informador conhecer exatamente o que a Igreja afirma sobre as diversas questões, levando em conta que não está tentando propor uma explicação alternativa nem contrária à ciência.

Neste sentido, afirmou que está se superando "a chamada ‘teoria do conflito’, que prevaleceu durante todo o século XIX e parte do século XX", para ser substituída por "uma interpretação mais equilibrada da relação entre fé e ciência".

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo