Depois de uma semana da denúncia de grampo telefônico que gravou conversas do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, com o senador da república, Demóstenes Torres (DEM-GO), a comissão mista de Controle das Atividades de Inteligência do Senado ouviu nesta terça-feira, 09, a Polícia Federal; o ministro da Segurança Institucional, Jorge Félix, e o diretor afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda.
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A reunião, que normalmente é fechada por se tratar de questões de segurança nacional, foi aberta à imprensa.
Durante a sessão, o diretor afastado da Abin, disse que agentes do órgão não tiveram permissão para fazer escutas clandestinas. Paulo Lacerda, também desmentiu o ministro da defesa, Nelson Jobim, dizendo que a Agência não possui equipamentos de interceptação telefônica. Mesmo assim, o exército e a Polícia Federal vão fazer uma perícia nos equipamentos utilizados pela Abin.
O presidente do Senado, senador Garibaldi Alves, (PMDB-RN), pediu agilidade do Congresso para votar um projeto que regulamente as escutas telefônicas. Mas o Diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, está preocupado com as restrições dos grampos.
Hoje, 10, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas ouve hoje, às 14h30, no plenário 12 da Câmara dos Deputados, o chefe da Seção de Operações Especiais da Secretaria de Segurança do Supremo Tribunal Federal (STF), Aílton Carvalho de Queiroz, e o diretor do Departamento de Contra-Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Maurício Fortunato Pinto. O objetivo dos depoimentos é esclarecer as condições técnicas para a interceptação da conversa telefônica de Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes.