Termina hoje o 1º Encontro de Irmãos Evangélicos e Católicos com o tema "Que todos sejam um". A Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso é a responsável pela organização do evento. Nesta manhã, um dos destaques foi a colocação de Monsenhor Jonas Abib, fundador da Canção Nova, presidente nacional e vice-presidente internacional da Fraternidade das Novas Comunidades, na qual ele deu seu testemunho como sacerdote e fundador. Monsenhor Jonas assinalou que as raízes da Canção Nova estão no movimento dos Focolares, "que tem o carisma da unidade".
Cerca de 80 representantes de denominações religiosas do Brasil e de países como Argentina, Inglaterra, Estados Unidos e Itália presenciaram o encontro, entre eles o assessor da CNBB para o Diálogo Ecumênico e Inter-religioso, Padre Marcial Maçaneiro, o presidente internacional da Fraternidade das Novas Comunidades e fundador da Comunità di Gesù (Itália), Matteo Calisi, o presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso, Dom José Alberto Moura, o presidente da Comunhão Renovada de Evangélicos e Católicos (Creces), Jorge Himitian e a fundadora Comunidade Bom Pastor, Dóris de Carvalho, também falaram sobre o tema unidade.
"Eu posso dizer que fui gerado para Cristo no encontro pessoal com Jesus que tive no 'berço do carisma da unidade', ou seja, em uma mariápole, do movimento dos Focolares. E daí surgiu tudo aquilo que Deus quis para a Canção Nova e tudo aquilo que Deus quis com a união dos carismas. Vários segmentos evangélicos são carismas especiais. Precisam se unir para formar Igreja de Jesus Cristo", disse Monsenhor Jonas destacando que o esforço pela unidade faz parte de sua missão.
Em sua colocação, testemunhou desde seu ingresso no Seminário Salesiano, com 12 anos, até os dias de hoje, quando a Comunidade Canção Nova completa 30 anos. Monsenhor Jonas ressaltou a necessidade de buscar um encontro pessoal com Jesus e um batismo no Espírito Santo: "Quando tive minha experiência pessoal com o Senhor, através da Palavra, comecei a orar como nunca havia orado na minha vida. Já conhecia a Bíblia, já pregava, e pregava bem, mas era como se as palavras, a partir daquele momento, saltassem daquele Livro. Até hoje eu não sou aquilo que Deus quer, mas não sou aquilo que eu era".
Para Padre Marcial Maçaneiro, em Cristo todos nós já fomos reconciliados: "Segundo o Apóstolo Paulo, Jesus nos confia um serviço, o ministério da reconciliação. Quando Cristo nos diz que todos somos reconciliados nele, Ele quer dizer toda humanidade redimida e, ainda mais, os batizados de qualquer igreja cristã. Se uma pessoa é devidamente batizada em nome da Trindade é membro do corpo de Cristo".
"Em Jesus nós fomos reconciliados. Precisamos acolher esta graça e colocá-la em prática nos nossos relacionamentos", acrescentou Padre Maçaneiro.
Segundo o pastor da Confissão Anglicana, Tony Palmer, as barreiras existem e estão nas doutrinas, nas formas de interpretar a Sagrada Escritura. Entretanto, acrescentou: "Em primeiro lugar devemos entender que somos diferentes mas que, nem por isso, devemos ser divididos. A diversidade é algo belo".