Isabella

Bispo da Comissão Episcopal Para a Vida e Família fala sobre caso

Em entrevista à Canção Nova, Dom Antônio Augusto, membro da Comissão Episcopal Para a Vida e Família da CNBB e bispo auxiliar do Rio de Janeiro, comentou o caso Isabella Nardoni.

CN:
Nada justifica alguém tirar a vida de outra pessoa. Esta afirmação é verdadeira, Dom Antônio ?

Dom Antônio Augusto: Sem dúvida nenhuma! O valor da vida está acima de qualquer outro valor, de qualquer outro interesse. Estamos vivendo em uma época em que a vida humana esta sendo considerada um objeto descartável. E não importa se esta vida é de uma criança no seio materno ou de uma criança que hoje completaria 6 anos de idade e, portanto, necessitada, como todos nós necessitamos, especialmente as mais frágeis, de proteção de cuidado e de segurança. Essa criança encontrou a morte prematuramente. Não sabemos pelas mãos de quem. Esta é uma prova de que a vida é um valor que precisa ser considerado com toda sua grandeza. Uma pessoa que tira a vida de outra não está pensando no que é mais valioso, que é a vida. Quem cometeu este crime vai dar conta a Deus do ato que fez.

CN: É importante que haja uma reflexão por parte da sociedade neste momento?

Dom Antônio Augusto: Os fatos não podem ser simplesmente uma informação jornalística, mas tem que gerar em nós, especialmente nas pessoas adultas e nos responsáveis pela sociedade, uma reflexão sobre as causas dessa desvalorização da vida. Temos que ver a família como um projeto divino no qual os responsáveis devem ser pessoas preparadas para viver a fidelidade matrimonial, acolher a vida, protegê-la e educá-la.

CN: Uma grande parte da sociedade pré-julga este caso. Isso é correto?

Dom Antônio Augusto: O pré-julgamento é uma forma de matar, de maneira muito profunda, a privacidade, a emotivodade e o lado psicológico das pessoas acusadas. A justiça dos homens quer definir o caso, mas, especialmente nós, cristão, temos que considerar a justiça de Deus. Até que este caso não se resolva, a população tem que ter uma atitude humanitária e, principalmente, cristã. As pessoas são destinatárias de um amor maior que todas as misérias humanas, o Amor Divino, que é Misericordioso. A justiça humana dever ser feita, sem dúvida nenhuma, mas não podemos nos esquecer que a justiça humana também é iluminada pela Justiça Divina e pela caridade cristã. Temos que amar as pessoas e respeitá-las sempre.

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