Queridos irmãos, queridos presbíteros, religiosos e religiosas e demais fiéis, a primeira leitura nos lembra, hoje, que os cristãos da Igreja Primitiva, na Palestina, foram perseguidos a ponto de terem que sair de suas casas e fugir para outros lugares. Sabemos que a Igreja de Cristo foi duramente perseguida não só nos primeiros três séculos do Cristianismo, quando a perseguição foi muito cruel e abrangente, mas, em todos os tempos. Essa perseguição continua até hoje. Vários irmãos bispos estão experimentando, na pele, essa perseguição.
Conforme testemunho do saudoso João Paulo II, jamais houve tantos mártires na Igreja como no século XX. Na verdade, ela sempre foi perseguida, pois testemunhou Jesus Cristo, e a proposta d’Ele se opõe à proposta do mundo.
Jesus dizia a seus discípulos: “Se odiarem a mim, odiarão a vós. Eles vos odiarão porque não sois do mundo”. A mensagem de Cristo sobre pobreza, mansidão, justiça, castidade, misericórdia e partilha sempre incomodou o mundo. Recentemente, devido à sua posição em defesa da vida humana, desde o primeiro instante de sua existência até o seu final natural, a Igreja, na defesa dos embriões humanos, tem sido motivo de chacota.
O mundo aceita a defesa da vida desde que não prejudique seus interesses econômicos. Quer a paz, mas promove a guerra; quer o progresso e a igualdade, mas sem partilha; quer a liberdade, mas sem responsabilidade. A Igreja continua sendo perseguida por aqueles que separam a religião da razão e que fazem desta um meio de aparecer ou se promover. No entanto, nós sabemos que as forças da morte não prevalecerão contra ela.
A Igreja Primitiva, quanto mais foi perseguida, mais se difundiu. Sabemos que o sangue dos mártires é semente de novos cristãos. Ela não é obra meramente humana; é obra de Deus. São João Crisóstomo, antes de partir para o exílio, declarou: “Quantos tiranos tentaram arrasar a Igreja! Onde eles estão agora? Aqueles que tentaram destruí-la ficaram abandonados no esquecimento e no silêncio. E onde está a Igreja? Resplandece como o sol”. A força dos inimigos se apagou; a força da Igreja é imortal. Mesmo se perseguidos, nossa esperança não esmorece, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado por Deus. Jesus Cristo nos assegura que esta é a vontade do Pai. “Todo aquele que vê o Filho e n’Ele crê, tem a vida eterna. Eu o ressuscitarei no último dia”.
A Igreja é, na verdade, muito querida por Deus, muito amada de Cristo, porque Ele a considera como esposa; ela é o corpo d’Ele. Jesus disse: “Não quero que se perca nenhum daqueles que o Pai me confiou”.
O Senhor nos escolheu, queridos irmãos e irmãs, como seus discípulos e missionários. Cabe a nós apontar o caminho de Cristo e alimentar as pessoas com o pão da Palavra, da Eucaristia, a fim de que, crendo em Cristo, alcancem a vida eterna. Pouco importa se seremos elogiados ou perseguidos, Jesus é o pão da vida. “Quem me come – disse Ele – não terá mais fome. Quem me bebe não terá mais sede”. É a Ele que nós servimos, é a Ele que nós queremos encaminhar o maior número possível de nossos irmãos e irmãs.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado.