Líderes islâmicos de todo o mundo condenaram ontem, 14, o extremismo e o terrorismo, que consideram incompatível com os valores muçulmanos, e propuseram uma reunião internacional de alto escalão para promover um "diálogo de civilizações" com o mundo cristão.
Os chefes de Estado e governo dos 57 países da Organização da Conferência Islâmica (OCI), que reúne 1 bilhão e 500 milhões de muçulmanos de todo o mundo, apresentaram a "Declaração de Dacar" ao final de dois dias de cúpula na capital senegalesa.
"Continuamos a condenar fortemente todas as formas de extremismo e dogmatismo, que são incompatíveis com o Islã, uma religião de moderação e coexistência pacífica", afirma o texto.
A propósito, para proteger sua fé, os países muçulmanos criaram um observatório que monitoriza a "islamofobia" em nível internacional e publica um relatório mensal sobre conteúdos alegadamente ofensivos que foram proferidos em discursos, publicados ou difundidos de algum outro modo. O observatório foi criticado por organizações humanitárias, que alegam que a medida limita a liberdade de expressão.
Os países muçulmanos analisaram ainda a situação específica de alguns países, como o Chade e o Sudão. Já em referência à luta palestina contra Israel, a OCI disse também que o terrorismo deve ser diferenciado da "resistência legítima contra a ocupação estrangeira".
Como de costume, os líderes da OCI reservaram duras críticas a Israel, condenando o Estado judeu pelos "crimes de guerra" contra civis palestinos. O texto afirma que a "punição coletiva de civis" palestinos viola o direito humanitário internacional e que "as forças de ocupação devem ser responsabilizadas por esses crimes de guerra".