Em mensagem a Zenit, o arcebispo de Salvador, Bahia, Cardeal Geraldo Majella Agnelo, refletiu sobre o enfraquecimento da prática religiosa nos dias atuais.
"Mas o que falta aos cristãos de hoje? Por que a fé, as práticas religiosas estão em declínio e não parecem constituir para muitos o ponto de força na vida? "Por que o tédio, o cansaço e a fadiga de quem tem fé em cumprir os próprios deveres? Por que a falta de alegria entre os que acreditam em Cristo?", questiona o Cardeal.
Segundo Dom Geraldo Agnelo, a resposta se resume em poucas palavras: "Nosso cristianismo é sem Cristo, impessoal, longínquo, que não é visto de perto, estranho, mesmo se tão conhecido. Não é uma pessoa viva e verdadeira, um amigo que caminha conosco, que está mais presente a nós do que o nosso eu, como nos diz Santo Agostinho".
Refletindo sobre a transfiguração do Senhor, o arcebispo afirma que, para que as coisas mudem também para nós, como para os três discípulos sobre o Tabor, é preciso um maravilhamento, um enamorar-se da pessoa de Cristo, participar da sua transfiguração. "Cristo que se transfigura para iluminar com a percepção de sua divindade, revelação do amor de Deus que envolve o coração da pessoa. É a atração de Cristo, não o constrangimento", destaca.
De acordo com o cardeal Agnelo, o cristianismo não pode ser vivido por constrangimento, como uma taxa ou um imposto que obriga a qualquer um pagar: "Talvez damos pouco espaço à ação de Deus que atrai a Si por seu Espírito Santo. Cristo se toca com os olhos do coração, da fé. Ele ressuscitou, está vivo", conclui.