Juventude

Pesquisa revela que jovens querem conciliar trabalho e estudos

A necessidade de aproximar a educação e a qualificação profissional, e a de conciliar o estudo com o trabalho, estão entre as principais preocupações dos jovens da América do Sul. A conclusão é de pesquisa feita em seis países da região pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e pelo Instituto de Estudos Formação e Assessoria em Políticas Sociais (Pólis).

A pesquisa, realizada principalmente com jovens de organizações e movimentos sociais, foi feita por meio de entrevistas e grupos de discussão. No ano passado, foram ouvidas 960 pessoas na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.

De acordo com a antropóloga Regina Novaes, consultora do Ibase, o estudo aponta a necessidade de encontrar formas para os jovens poderem estudar sem deixar de trabalhar. “Por exemplo, no caso dos jovens rurais, a questão da sazonalidade, das demandas da agricultura, por que não ter currículos que se adeqüem a isso?”, questiona a consultora.

A socióloga Helena Abramo, que fez a supervisão técnica da pesquisa no Brasil, disse que para permitir essa conciliação são necessárias medidas no âmbito da educação e do trabalho. “Uma jornada de trabalho que permita conciliar com outra jornada, um trabalho que não seja tão estafante e uma educação que reconheça o jovem como trabalhador e que permita esse diálogo". Para Regina Novaes, embora a educação esteja em diferentes patamares nos países em que as entrevistas foram feitas, todos os jovens ouvidos expressaram o desejo de ter uma educação mais ligada às mudanças que vêm ocorrendo no mundo. "Uma educação de qualidade, não apenas formal, uma escolaridade que garanta o diploma, mas que garanta também o aprendizado nos moldes do século 21, que responda às necessidades do mercado de trabalho”, explicou.

A pesquisa conclui também que a demanda dos jovens não é apenas por trabalho, mas, sobretudo por um “trabalho decente, melhor que o que têm conseguido encontrar”, destacou Abramo.

Regina Novaes destacou ainda a preocupação dos jovens com a segurança e com o meio ambiente: "Essa geração já reconhece a questão do desenvolvimento sustentável e tem medo de um futuro sem água, com a camada de ozônio prejudicada”.

A antropóloga acrescentou que o objetivo do estudo é influenciar as políticas públicas para a juventude nos seis países pesquisados. “Vamos continuar tentando dialogar com os gestores públicos, que já estão encarregados de projetos voltados para a juventude e precisam ouvir essas informações para qualificar melhor a sua ação.”

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