Sem os princípios éticos, a ciência, a técnica e a política podem ser usadas para fazer o mal à humanidade, advertiu o Papa Bento XVI, em seu discurso aos universitários de Roma, na tarde desta quinta-feira, 13.
O ser humano não é o produto de determinadas condições econômicas ou sociais e o progresso técnico não coincide com o crescimento moral das pessoas, salientou o Papa no tradicional encontro antes de Natal com os universitários da capital italiana.
Bento XVI acrescentou que sem os princípios éticos a ciência, a técnica e a politica podem ser usadas, como aconteceu e ainda acontece – não para criar o bem, mas para causar o mal das pessoas e da humanidade.
O Papa fez estas afirmações explicando aos universitários a sua segunda encíclica "Spe Salvi", sobre a esperança, na qual critica o fato de a partir do século XVII se ter consolidado na Europa a mentalidade que o progresso humano é obra da ciência e da técnica, enquanto que a fé serve apenas para a salvação da alma.
Além disso Bento XVI denunciou o fato das grandes idéias – força da modernidade, a razão e a liberdade, se terem desligado de Deus para serem autônomas e cooperar na construção de um reino do homem que se opõe ao Reino de Deus.
A celebração eucarística e o encontro com o Papa na Basílica de São Pedro, serviu também de encerramento do VI Congresso Europeu dos Universitários que começou no dia 9 de dezembro, em Roma, com o lema "construir juntos a civilização do amor para um desenvolvimento social".
Participaram delegações de estudantes europeus, universitários provenientes dos Estados Unidos, México, Brasil, Equador e Cuba.