O Arcebispo de Dublin, Dom Diarmuid Martin, disse durante um discurso pronunciado na quarta-feira, 17, na sede das Nações Unidas, que o mundo de hoje está necessitado de políticos movidos por nobres ideais.
Durante o discurso pronunciado por ocasião do 40º aniversário da Encíclica Populorum progressio do Papa Paulo VI, o Arcebispo Martin recordou que "o motivo que impulsionou ao Papa a escrever esta encíclica foi o desafio de confrontar as necessidades das nações mais pobres e seus povos".
Depois de destacar que a Populorum progressio foi a primeira encíclica social escrita depois do Concílio Vaticano II, afirmou que "tinha entre seus objetivos estabelecer um novo modo de considerar as relações entre a Igreja e o mundo".
"O conceito de desenvolvimento autêntico é um dos conceitos chave da encíclica" e "corresponde à natureza da pessoa humana e à resposta que temos que dar a suas necessidades", disse o Prelado.
O Arcebispo destacou também que "se o Papa Paulo VI estivesse aqui hoje conosco (em 4 de outubro de 1965 visitou a sede da ONU e pronunciou um discurso), certamente agradeceria a todos que prestaram um serviço à humanidade através desta instituição. Seguro que faria algum comentário sobre o lento progresso da reforma da ONU".
"É necessária uma Organização das Nações Unidas que funcione. As atuais possibilidades de inter-relação entre os povos oferecem modos de cooperação novos e inovadores, também no âmbito da ONU", assinalou o Prelado.
Referindo-se à responsabilidade do desenvolvimento e da cooperação internacional, "a encíclica destaca consistentemente o papel das autoridades públicas. Recorda o debate atual sobre o bom governo e da importante tarefa da política".
"A política é uma dimensão essencial da construção da sociedade. É necessário um renascimento da política no mundo, uma nova geração de políticos inspirados por ideais, mas que sejam capazes de assumir o risco de converter esses ideais em algo 'possível' através do melhor uso de recursos e talentos para promover o bem de todos".