Os representantes cristãos católicos e das demais confissões de Mianmar pediram ao presidente da junta militar que governa o país asiático que encontre uma solução pacífica para a crise atual.
O apelo foi feito em uma carta assinada pelo arcebispo Charles Bo, secretário-geral da Conferência Episcopal católica de Mianmar, e pelo arcebispo Samuel Mahn San Si Htay, presidente do Conselho das Igrejas do país.
O texto está dirigido ao general Than Shwe, chefe da junta militar e chefe supremo das Forças Armadas. "Todos nós, arcebispos, bispos, sacerdotes, reverendos e líderes cristãos sentimos uma enorme preocupação e comoção ante a atual situação", confessam os signatários da carta.
A carta fala relembra os ensinamentos das religiões sobre o amor, a verdade, a retidão, o perdão e a reconciliação, e considerando a situação atual do país os líderes cristãos fazem um um chamado de todo coração para que enfrentem esta questão com amor paterno e com soluções pacíficas, para que haja estabilidade, paz, e não violência.
Cerca de 4% dos mais de 47 milhões de habitantes de Mianmar é composto por cristãos (sobretudo batistas e católicos). E 89% da população é budista, 4% é muçulmana.
Ao menos 16 pessoas morreram desde que começou a violenta repressão, em 26 de setembro, entre elas dois estrangeiros, ainda que o número poderia ser superior se forem confirmadas as informações da dissidência.
Mianmar está governada por generais há 45 anos e não vai às urnas desde 1990, quando o partido oficial perdeu a Liga Nacional pela Democracia (LND), o partido de Aung San Suu Kyi, até agora em prisão domiciliar, que obteve 82% dos votos. O Governo nunca aceitou o resultado.