Ângelus

A verdadeira Paz que Jesus veio trazer ao mundo, explica o Papa

Bento XVI interrogou-se sobre o sentido da expressão evangélica: a que se refere o Senhor quando diz ter vindo trazer "a divisão"?

"Esta expressão de Cristo significa que a paz que Ele veio trazer não é sinônimo de mera ausência de conflitos. Pelo contrário, a paz de Jesus é fruto de uma constante luta contra o mal. O confronto que Jesus está decidido a sustentar não é contra homens ou poderes humanos, mas contra o inimigo de Deus e do homem, Satanás.

Quem quer resistir a este inimigo, permanecendo fiel a Deus e ao bem deve necessariamente enfrentar incompreensões e por vezes, verdadeiras perseguições. Por isso, os que desejam seguir Jesus e empenhar-se a favor da verdade sem (ceder a) compromissos devem saber que encontrarão incompreensões e que se tornarão, mesmo sem querer, sinal de divisão entre as pessoas, porventura mesmo no seio da sua própria família."

O Papa observou que não obstante seja sagrado o amor aos pais, contudo, para ser vivido de modo autêntico, nunca pode ser colocado acima do amor de Deus e de Cristo. Será assim que os cristãos se tornarão "instrumentos da sua paz". "Seguindo os passos de Jesus, os cristãos tornam-se assim instrumentos da sua paz, segundo a célebre expressão de São Francisco de Assis.

Não de uma paz inconsistente e aparente, mas real, procurada com coragem e tenacidade no empenho quotidiano de vencer o mal com o bem e pagando pessoalmente o preço que isso representa. Foi depois da recitação do Ângelus que o Papa assegurou, nomeadamente nas saudações aos peregrinos de língua espanhola, toda a sua atenção e oração às populações do Peru:

"Com constante preocupação e grande afeto, sinto-me muito próximo de todos estes irmãos e irmãs tão duramente provados. Encomendo ao Senhor as numerosas vítimas e feridos, assim como todos os que perderam casa e bens. Que a intercessão da Virgem Maria desperte em todos sentimentos de caridade e solidariedade fraterna que permitam aliviar esta difícil situação."

Não faltou também uma saudação em língua portuguesa:

"Saúdo os peregrinos de língua portuguesa: desejo a todos felicidades, paz e graça no Senhor! Em particular, saúdo os brasileiros da diocese de Jundiaí, acompanhados por Dom Joaquim Justino Carreira, Bispo Auxiliar de São Paulo. Que a luz de Cristo anime sempre a vossa fé, esperança e caridade, numa vida digna, cristã e repleta de alegrias. E dou-vos de coração, extensiva aos vossos familiares e pessoas amigas, a minha Bênção."

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