O Papa Bento XVI rezou o Ângelus Dominical, ao meio-dia, no Palácio Apostólico do Castel Gandolfo e ao introduzir a oração Mariana destacou que a vida na terra é um caminho temporário que deve nos conduzir ao céu.
O Papa lembrou Abraão, que a Epístola aos Hebreus apresenta como um peregrino, guiado pela fé: "Pela fé Abraão, chamado por Deus, obedeceu, partindo… sem saber para onde ia. A sua verdadeira meta era a cidade de sólidos alicerces, cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus".
"A cidade a que se faz alusão – esclareceu Bento XVI – não existe neste mundo, é a Jerusalém celeste, é o paraíso. Bem consciente disto estava a primitiva comunidade cristã, que se considerava aqui em baixo como forasteira e designava os seus núcleos residentes nas cidades como paróquias, o que significa precisamente colônias de estrangeiros (em grego, paroikoi). Deste modo os primeiros cristãos exprimiam a característica mais importante da Igreja: precisamente a tensão para o céu".
"A liturgia da Palavra (deste domingo, 12) convida-nos a pensar na vida do mundo que há-de vir, como repetimos cada vez que com o Credo fazemos a nossa profissão de fé. Um convite a viver a nossa existência de modo sensato e previdente, considerando atentamente o nosso destino, ou seja, aquelas realidades que chamamos últimas: a morte, o juízo final, o inferno ou o paraíso. E assim exercemos a nossa responsabilidade em relação ao mundo e construímos um mundo melhor."
"O fiel permanece atento e vigilante para estar pronto para acolher Jesus quando virá em sua glória", disse ainda o Papa. "Devemos velar, orando e realizando o bem".
Depois das Ave Marias, antes das saudações em diferentes línguas, Bento XVI recordou as "graves inundações que, nos últimos dias, devastaram diversos países do sudeste asiático, causando numerosas vítimas e milhões de desalojados". Exprimindo a sua "profunda participação no sofrimento das populações atingidas", o Papa exortou “as comunidades eclesiais a rezar pelas vítimas e a apoiar as iniciativas de solidariedade promovidas para aliviar os sofrimentos de tantas pessoas duramente provadas. Que nunca falte a estes nossos irmãos e irmãs, a tempo, a generosa ajuda da Comunidade Internacional!”