Papa

Bento XVI fala sobre o valor do casamento

Numa sociedade na qual o divórcio está se convertendo num fenômeno de massa, o Papa pede às comunidades católicas que respondam com "prevenção" e "acompanhamento".

Foi o conselho que o Papa deu na última terça-feira, dia 24, num encontro de perguntas e respostas do qual participaram cerca de 400 sacerdotes das dioceses de Belluno-Feltre e Treviso. O encontro se realizou na Igreja de Santa Justina Mártir, em Auronzo, localidade próxima a Lorenzago di Cadore, nos Alpes italianos, onde Bento XVI conclui amanhã, sexta-feira, seu período de repouso.

Para o Papa, a grande novidade do fenômeno, com relação ao passado, é que o divórcio já faz parte da vida de muitas pessoas, convertendo-se em algo normal, e ofuscando a visão do matrimônio indissolúvel.

"O Direito Canônico supõe que o homem como tal, ainda que não tenha uma grande educação acadêmica, pretenda contrair matrimônio segundo a natureza humana, como indicam os primeiros capítulos do Gênesis. É homem, tem a natureza humana, e portanto sabe o que é o matrimônio."

"Mas hoje esse axioma segundo o qual o homem pretende fazer o que é próprio de sua natureza, um matrimônio único, fiel, transforma-se num axioma um pouco diferente", pois o divórcio se converteu em uma experiência "das demais pessoas".

Portanto, o Papa pediu que os sacerdotes promovam os "cursos preparatórios para o matrimônio, um caminho de redescoberta para voltar a aprender o que nos diz o nosso ser, para ajudar a chegar a uma verdadeira decisão pelo matrimônio segundo o Criador e segundo o Redentor".

"Mas não basta a preparação, as grandes crises vêm depois", reconheceu o Santo Padre, sublinhando a importância do acompanhamento "ao menos nos primeiros dez anos" de matrimônio.

Em caso de fracasso, o pontífice reconheceu que se deve analisar a questão de que se houve "realmente a vontade" que o sacramento exige de viver o matrimônio indissolúvel, "e por esse motivo existe eventualmente o processo para a declaração de nulidade" matrimonial.

"Se se tratava de um verdadeiro matrimônio e, portanto, não podem voltar a casar-se, a permanente presença da Igreja ajuda essas pessoas a suportar outro sofrimento": "viver em um novo vínculo, que não é o sacramental e que não permite, portanto, a comunhão plena nos sacramentos da Igreja".

"Neste caso, seria preciso ensinar a aprender a viver com este sofrimento", indicou. Também nesta situação, continuou dizendo, "a presença do sacerdote, das famílias, dos movimentos, a comunhão pessoal e comunitária, a ajuda do amor ao próximo, um amor muito concreto, são de enorme importância".

"E penso que só este amor da Igreja, que se concretiza com um acompanhamento múltiplo, pode ajudar essas pessoas a se sentirem amadas por Cristo, membros da Igreja, ainda que atravessem uma situação difícil, e deste modo viver a sua fé", concluiu Bento XVI respondendo à pergunta de um sacerdote.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo