Ao saber ontem ao final da tarde da passagem do nosso querido Dom Pedro para os braços do Pai eterno, um sentimento gostoso de saudade e carinho me invadiu imediatamente. Não fiquei triste não, porque a morte para um homem de Deus não é o fim da vida, é o começo da eternidade.
Não é momento de tristemente nos lamentar por não o termos mais conosco, mas de alegremente relembrar suas virtudes, suas qualidades, seu amor a Jesus Cristo e à sua Igreja, seu comprometimento com a causa da evangelização, que o levava a ser um pioneiro no uso da sua limitada Radio Comunitária, estrategicamente instalada no último andar da torre do Santuário Nossa Senhora da Salette em São Paulo.
Tudo bem simples, mas funcionando, retransmitindo o sinal da Rádio Canção Nova 24 horas por dia em FM, para salvar almas junto conosco, e também fazendo sua programação local, da qual eu e a Marina, minha esposa, participamos muitas vezes, subindo com ele aqueles degraus todos.
Dom Pedro era um incansável divulgador da Canção Nova, além de contribuinte fiel e generoso. Fazia questão de que as missas festivas da Paróquia, especialmente as do dia 19 de setembro às 6 horas da manhã, fossem transmitidas ao vivo pela TV Canção Nova. Zeloso, fazia com que toda a equipe de liturgia estivesse na noite anterior na Igreja para ensaiar cada passo da missa, cada leitura, cada comentário, todos os movimentos dos acólitos e coroinhas, tudo precisava ficar “bem bonito para Jesus” como ele dizia.
Ao final da missa sempre lia as cartas que recebia do Brasil inteiro incentivando as pessoas a se aproximarem de Deus, com a mensagem de reconciliação que Nossa Senhora transmitiu em La Salette.
Suas homilias sempre muito práticas, e seu espírito alegre e acolhedor, faziam com que as suas missas estivessem sempre cheias, especialmente aos domingos, mas também durante a semana, às 7 horas da manhã, na capelinha do Santuário. Graças à sua amizade e carinho, pude ser atendido por seu cardiologista particular num momento de enfermidade e diagnosticado com uma obstrução de 75% numa artéria do meu coração, a tempo de uma intervenção cirúrgica bem sucedida.
Este é Comunicador de Deus que tive a graça de conhecer bem de perto e de reconhecer nele um padre de verdade, apaixonado por Jesus, entusiasta da evangelização pelos meios de comunicação, fiel ao carisma de reconciliação da sua congregação, empreendedor, conselheiro, pai.
Terminando de escrever estas linhas as lágrimas chegaram suavemente, mas não são lágrimas de tristeza não, são de amor. Obrigado Dom Pedro Sbalquiero. Obrigado nosso querido e sempre, Padre Pedro.
