A Igreja Católica na Bolívia pediu em 30 de junho, em uma conferência de imprensa, que na nova Constituição Política do Estado se respeite a fé, a vida e a educação, dentro da liberdade que os membros da assembléia exercem.
"Deixamos em plena liberdade aqueles que farão as leis do país, mas que não se esqueçam de que é preciso unir a estas o direito à fé e à vida, já que a maioria de nosso povo é católico. Temos de fazer valer isso para defender a dignidade humana em todos os setores e para todas as famílias", afirmou o cardeal da Bolívia, Julio Terrazas.
Um acordo político, alcançado entre a direção da Constituinte e os 16 partidos representados, estabeleceu ampliar as sessões quatro meses mais, ou seja, até 6 de dezembro, para apresentar um projeto de nova Carta Magna.
O acordo deverá ser ratificado nesta segunda-feira pelo pleno da Assembléia (integrada pelos 255 membros), convocada na cidade de Sucre.
O ponto mais importante que a Igreja Católica solicitou aos membros é que o Estado tem o dever de proteger o matrimônio, como uma comunhão entre o homem e a mulher; defender a família e o direito à vida de todos os seres humanos. Desta forma, o cardeal Terrazas pediu que se reconhecesse a Igreja como uma pessoa coletiva que trabalha ao serviço da comunidade e que é um direito público.
Outros fatores importantes que se deveriam incorporar à nova Carta Magna, segundo os representantes da Igreja Católica, são: o reconhecimento da liberdade de consciência, de religião e culto; o respeito à educação como um bem público, e que a religião seja fundamental para a educação integral de que o país precisa. Por outro lado, o cardeal convocou uma jornada de oração comunitária em 27 de julho. "Convidamos todos os fiéis em Cristo a ir à força da oração para Deus para que sua paz se plasme em um ambiente de reconciliação no país".
Participaram da coletiva de imprensa: Dom Edmundo Abastoflor, vice-presidente da Conferência Episcopal da Bolívia (CEB); Dom Jesús Juarez, secretário da CEB; Dom Tito Solari, arcebispo de Cochabamba; Dom Antonio Reyman, bispo do vicariato de Ñuflo de Chávez, e os bispos auxiliares da arquidiocese de Santa Cruz: Dom Bráulio Sáez e Dom Estanislao Dowlaszewicz.