No dia 28 de outubro próximo, Bento XVI elevará à honra dos altares 498 mártires da Guerra Civil Espanhola: talvez o maior grupo de mártires da história da Igreja beatificado numa única cerimônia. Entre os cinco membros do grupo que não são espanhóis, encontra-se Fr. José López Piteira, diácono agostiniano nascido em Cuba.
Fr. José será o primeiro bem-aventurado da ilha. Nasceu em Arroyo Blanco, Cuba, em 2 de fevereiro de 1912, filho de imigrantes espanhóis. Segundo alguns registros históricos, sua família retornou à Espanha quando José contava apenas quatro ou cinco anos de idade. Foi na Espanha que ele se fez frade agostiniano.
Pe. González Velasco, um de seus biógrafos, escreveu: "Deve-se constatar que o jovem José López Piteira sempre se sentiu orgulhoso de ter nascido em Cuba e de ser cidadão cubano."
A revista "Palavra Cubana" publicou uma coletânea dos acontecimentos de seu martírio: "Estudando no Mosteiro de Escorial, em 6 de agosto de 1936 foi detido, com a comunidade agostiniana desse mosteiro e encarcerado na prisão de Santo Antão, de Madri. Quando lhe disseram que podia fazer valer a circunstância de ter nascido em Cuba, para obter a liberdade, respondeu: "Estão aqui todos vocês que foram meus educadores, professores e meus superiores, o que eu vou fazer na cidade? Prefiro seguir a sorte de todos, e seja o que Deus quiser."
"Em 30 de novembro de 1936, Fr. José López Piteira foi martirizado em Paracuellos de Jarama, junto com outros 50 religiosos agostinianos. No momento do martírio contava apenas 23 anos" _ informa a revista.
Entre os mártires que serão beatificados junto com Fr. José, figuram dois bispos, 24 sacerdotes diocesanos, 462 religiosos, um diácono, um seminarista, um subdiácono e sete leigos.
Além do frade cubano, os outros quatro que nasceram fora da Espanha são dois lassalistas, da França, um dominicano e um carmelita, do México.