Reflexão

Franciscanos refletem sobre sua vocação e missão na Igreja

Cardeais e Bispos franciscanos da Ordem dos Frades Menores (OFM) reconhecem o inesperado e admirável desenvolvimento da vocação franciscana à qual foram chamados.

Eles o fazem através de uma carta na qual compartilham o encontro que celebraram em Assis, de 18 a 22 de junho, convidados pelo ministro geral da Ordem. Trata-se de um evento marcado nas múltiplas iniciativas da família franciscana pelo VIII Centenário da conversão de São Francisco. Assim, assinalando também o momento da fundação da Ordem, escrevem os bispos e cardeais OFM: "Com todos os Irmãos Menores, como Irmãos Menores (…), convosco queremos percorrer o caminho que nos leve a reavivar a graça das origens".

Eles prestaram particular atenção a dois temas: à dimensão eclesial do carisma franciscano e à espiritualidade franciscana no ministério episcopal, ambos com a ajuda das intervenções, respectivamente, de Fr. Herman Schaluck-ex-ministro geral da Ordem-e do cardeal Carlos Amigo Vallejo, arcebispo de Sevilha (Espanha). Na Igreja que Cristo adquiriu com seu sangue, os Irmãos Menores nascem para Deus como filhos em seu Filho; na Igreja, recebemos o Espírito Santo de Deus; na Igreja ressoa para nós, como para Francisco, a autêntica Palavra de Deus», sintetizam em sua carta a seus irmãos da Ordem.

Na Igreja participamos dos mistérios de nossa redenção-acrescentam; na Igreja, pela ação do Espírito Santo, somos constituídos por Cristo, nos deixamos transformar em Cristo e, em Cristo, nos consagramos ao Pai para amá-lo com todo o coração, com toda a alma, com todo o nosso ser.

"Unidos a vós na vocação comum, fazemos nossa a vocação de Francisco ao serviço da Igreja", dizem os cardeais e bispos, "‘Francisco, vai e repara minha casa que, como vês, está toda em ruínas". Convosco queremos amar a Igreja e servi-la-reafirmam; convosco, na Igreja, queremos tornar-nos de tal maneira dóceis à ação do Espírito Santo, que sejamos uma voz profética que mantenha viva em todos uma incurável inquietude pelas coisas que ainda devem acontecer". "Convosco compartilhamos a admiração contemplativa por Cristo pobre e crucificado; convosco e como Francisco nos identificamos com o Evangelho e o abraçamos como forma de vida e fazemos dele nossa Regra", prosseguem na carta. "Convosco somos Irmãos e Menores, o serviço da caridade que prestamos, apascentando como bispos o Povo de Deus, é só um inesperado e admirável desenvolvimento da vocação franciscana à qual todos fomos chamados".

"Não nos deixeis sozinhos", pedem. "Os cardeais e bispos OFM necessitam que seus irmãos da Ordem estejam perto deles, pois hão de prestar seu serviço à Igreja nas dioceses que lhes foram cofiadas para apascentá-las mediante um mistério de caridade. Entre essas Igrejas, muitas são pobres, muitas estão nas fronteiras da fé cristã, com freqüência, vivendo o Santo Evangelho em um ambiente hostil", concluem.

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