Bento XVI procedeu hoje a uma nova mudança na Cúria Romana, nomeando como presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (CPCS) o Arcebispo italiano Claudio Maria Celli, até agora secretário da administração do património da Sé Apostólica.
D. Celli, de 65 anos, substitui o Arcebispo norte-americano John Patrick Foley, hoje nomeado como Grão-Mestre da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém. D. Foley liderava o CPCS há 23 anos.
Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais
Em 1948 foi criado por Pio XII um organismo de nome “Pontifícia Comissão para a Cinematografia Didática e Religiosa”. Ocupou-se do arquivo, no gabinete de Informação, do período da Guerra e iniciou uma nova página na história da actividade pastoral da Igreja. Dedicou-se aos problemas surgidos das novas implicações do universo audiovisual, em particular no campo da educação. Tentou despertar e empenhar bispos e católicos no apostolado deste setor, respondendo às mudanças culturais e novas condições da sociedade.
Rapidamente estendeu o seu trabalho reflexivo ao campo da rádio e da televisão. Um colégio de peritos dividiu-se em diferentes áreas e surgiram organismos como UCIP (imprensa) UNDA (rádio) OCIC(cinema), mais tarde alargada a todo o audiovisual. Foram criados organismos continentais e no maior número possível de países. Também em Portugal. Neste momento todos os organismos se juntaram num só (SIGNIS)de que o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais é fundador. Apenas a UCIP se mantém como era antes.
Entretanto em Roma continua-se a reflexão sobre os “instrumentos de Comunicação” que com a ajuda de peritos aprofunda cada vez mais a sua área e anima ações comuns em todo o mundo católico em profundo diálogo com os meios independentes.
Em 1960 estabelece-se um Secretariado Preparatório para o Concílio Ecuménico Vaticano II. Paulo VI apoia a constituição da Comissão Conciliar de Imprensa, ligando a Igreja com o mundo da informação. Os Padres Conciliares votaram a criação da Comissão Pontifícia das Comunicações Sociais que, com a reforma da Cúria Romana passou a chamar-se, no tempo de João Paulo II, Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais. Assim se abrangia uma atenção e proximidade com a evolução da imprensa, cinema, rádio e televisão. A partir de Paulo VI surge, pela primeira vez, a expressão hoje consagrada “Meios de Comunicação Social”.
Diversos organismos vão surgindo em nome duma maior operacionalidade voltada para a Igreja em todo o mundo e para o mundo não eclesial. Em 1964 surge o Decreto Conciliar Inter Mirífica (Entre as maravilhosas invenções), ponto de arranque para uma série de intervenções na área dos media.
Traz a promessa de um novo documento (Communio et Progressio). A partir daí o Conselho Pontifício das Comunicações Sociais entra numa dinâmica mais organizada: um grupo de membros e consultores realiza todos os anos uma Assembleia Plenária com uma temática específica debatida por cardeais de todo o mundo e peritos em comunicação da área da investigação, ensino e profissional. E vai ao longo do ano trabalhando documentos, temáticas e propostas concretas de ação em todo o mundo católico.
Simultaneamente foi criada a Sala de Imprensa com uma tarefa explícita de contato da Santa Sé com o mundo da Comunicação. Fazem parte também do Conselho Pontifício representantes da Rádio Vaticano e do Centro Televisivo do Vaticano. Este ano, pela primeira vez, foi nomeado pelo Papa um português como Consultor do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais: o P. António Rego, diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.